domingo, 17 de junho de 2007

Doar o cadáver é um acto de generosidade

A falta de cadáveres doados ao Instituto de Anatomia do Prof. J. A. Pires de Lima da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, compromete cada vez mais as aulas de Anatomia e a investigação médica.

A utilização de corpos humanos faz parte da aprendizagem e investigação clínica. O problema maior é quando os familiares não deixem utilizar os corpos, mesmo sabendo que o seu familiar tinha a vontade do doar o seu corpo para estudo.

Isso acontece porque, a nossa sociedade tem o culto do corpo após a morte, passando também por questões no campo da religião. Desta forma, o número de declarações de doações não corresponde, de facto, ao número de doações efectivas.

Entidades como o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, já se fizeram manifestar, afirmando que, “do ponto de vista ético, é inaceitável que a vontade de outrem, quem quer que seja, se possa sobrepor à vontade do próprio”.
O Instituto de Anatomia da faculdade apela à generosidade dos cidadãos Portugueses, alertando para o facto de doarem um cadáver ao Ensino e à Investigação, contribuir para formar melhores médicos, com conhecimentos mais sólidos, e maior humanismo, logo, mais aptos a tratar dos vivos.

De realçar que, os médicos, cientistas e estudantes de Medicina têm a máxima consideração pela dignidade pessoal e social do falecido e dos seus familiares.
As cerimónias fúnebres que antecedem o acto de doação não deixem de existir. Para além disto, a entidade cientificamente beneficiada fica responsável pela cremação ou inumação dos restos mortais dissecados, quando terminada a pesquisa científica.


Liliana Duarte

Fonte: http://www.jasfarma.pt/noticia.php?id=836

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