quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Remoção de ovários aumenta risco de demência

As mulheres submetidas a uma cirurgia de remoção de ovários em idade fértil podem ver aumentado o risco de desenvolver a doença de Parkinson e problemas de memória, revela um estudo publicado no jornal norte-americano 'Neurology'. A falta da produção de estrogénio é apontada como a principal causa para este fenómeno.

Uma equipa de investigadores da Mayo Clinic, no Minnesota, observou mulheres durante cerca de 30 anos e realizou perto de 3000 entrevistas. Este procedimento permitiu-lhes verificar que as mulheres sujeitas à remoção de um ou dois ovários antes da menopausa por razões não relacionadas com cancro (casos dos quistos, endometriose ou prevenção de tumores) têm mais possibilidade de desenvolver problemas cognitivos ou de demência do que mulheres mais velhas, submetidas ao mesmo tipo de operação.

O estudo demonstrou que a remoção de um ovário antes da menopausa está claramente relacionada a um aumento da perda de memória e mesmo à demência. A doença de Parkinson tem também mais probabilidades de surgir em mulheres que foram operadas durante a idade fértil.

Uma das principais funções dos ovários, para além do armazenamento e distribuição dos óvulos, consiste na produção de estrogénio, uma hormona sexual feminina. Algumas mulheres submetidas à remoção de um ou dos dois ovários são medicadas com uma terapia de substituição hormonal, porém, a maioria não recebe o tratamento, ou apenas tem acesso ao mesmo depois dos 50 anos de idade, afirmam os investigadores.

“É possível que o estrogénio tenha um efeito protector no cérebro, pelo que, a falta do mesmo, devido à remoção de um ovário pode aumentar o risco da mulher sofrer problemas de memória”, refere Walter Rocca, o principal autor do estudo. O responsável aconselha, por isso, que os médicos pensem cuidadosamente nas consequências desta cirurgia antes de a levar a cabo em mulheres jovens.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Expresso.

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