quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Corantes alimentares fomentam hiperactividade nas crianças

Os corantes e aditivos alimentares contribuem para aumentar o nível de hiperactividade nas crianças. A conclusão resulta de um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, publicado na edição online da revista médica “Lancet”.

Num ensaio clínico em que algumas crianças tomaram um cocktail com aditivos alimentares geralmente presentes na alimentação e outras apenas um simples sumo de fruta, os investigadores observaram que este tipo de produtos produz um efeito de hiperactividade nas crianças. “Demonstrámos um efeito desfavorável dos aditivos alimentares sobre o comportamento hiperactivo das crianças de 3 anos e de 8-9 anos», referem os cientistas.

O estudo, realizado a pedido da agência para a segurança alimentar britânica, a Food Standard Agency, confirma resultados obtidos em trabalhos anteriores que analisaram as crianças que sofrem de perturbações da hiperactividade.

Os investigadores acreditam que os efeitos desfavoráveis produzidos por este tipo de produtos, acrescentados aos alimentos para melhorar a sua conservação, gosto e aspecto, ou alterar a cor, “não são apenas constatados em crianças com hiperactividade, mas também podem ser constatados na população em geral”.

O estudo, que envolveu 153 crianças de três anos e 144 crianças entre os oito e os nove anos de idade, analisou a actuação de aditivos que continham o conservante benzoato de sódio (referenciado como E211 na União Europeia) e diferentes corantes alimentares: cor de laranja amarelado (E110), carmim (E122), cor de vinho (E102), cor de papoila 4R (E124), amarelo quinoleína (E104) e allura red AC (E129).

A hiperactividade é uma problemática a que se associam dificuldades na aprendizagem e na adaptação do indivíduo ao meio nos seus primeiros anos de vida e que, na maioria dos casos, se prolonga pela vida adulta. É uma perturbação do desenvolvimento que afecta o comportamento, a atenção e o autocontrolo. Estima-se que cerca de 4 a 8 por cento das crianças em idade escolar apresentam critérios de diagnóstico para hiperactividade com défice de atenção. Calcula-se também que em aproximadamente 50 por cento destas crianças tais sintomas persistem na vida adulta.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Médicos de Portugal.

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