segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Antidiabético Avandia aumenta risco de fractura óssea

Medicamento estimula acção de células que degradam ossos

O Avandia (maleato de rosiglitazona), um medicamento da GlaxoSmithKline destinado ao tratamento da diabetes, estimula a actividade de uma célula que conduz ao processo normal de reabsorção dos ossos, tornando-os mais dispostos a fracturas. A conclusão resulta de um novo estudo publicado na revista “Nature Medicine”.

Alguns estudos anteriores tinham já sugerido a existência de um risco acrescido de fracturas ósseas entre as mulheres medicadas com Avandia. Esta nova análise vem agora oferecer uma explicação.

O risco de fractura era inicialmente atribuído à acção do medicamento para inibir um determinado tipo de células, os osteoblastos, responsáveis pela construção do osso. O novo estudo, elaborado em ratos, revelou que o medicamento pode também enfraquecer o osso ao impulsionar a acção dos osteoclastos, células que degradam o osso naturalmente.

Os ossos do corpo são saudáveis quando se mantém o equilíbrio entre os osteoclastos e os osteoblastos, as células que constroem os ossos. Se alguma destas células sofre alterações de número, os ossos tornam-se mais finos, mais frágeis e mais aptos à ocorrência de fracturas.

“O nosso estudo sugere que a utilização da rosiglitazona a longo prazo no tratamento da diabetes tipo II pode causar osteoporose devido à reabsorção do osso e à diminuição de formação óssea. Uma vez que o Avandia é eficaz no controlo da glucose e na reestruturação do equilíbrio da insulina no organismo, não recomendamos que os pacientes parem o tratamento. Devem-se equilibrar os benefícios e as complicações”, afirmou Ron Evans, professor no “Salk Institute for Biological Studies”, em La Jolla, na Califórnia, e autor do estudo.

O Avandia e e outros quatro fármacos da mesma classe foram associados a um aumento do risco de ocorrência de ataque cardíaco. A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos resolveu acrescentar novas advertências às características do medicamento, mas não suspendeu a sua comercialização.

Situação semelhante ocorreu na Europa, onde o antidiabético permanece no mercado. Depois de avaliar a segurança cardíaca do fármaco, a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concluiu que os benefícios são superiores aos riscos.

Esta descoberta poderá agora contribuir para uma melhor compreensão dos efeitos secundários de medicamento, fornecendo uma base para o desenvolvimento de um novo fármaco que os possa eliminar.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, eFluxMedia, USnews.com.

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