segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Merck & Co e Addex desenvolvem fármacos para Parkinson

A norte-americana Merck & Co Inc, através da sua filial Merck Sharp & Dohme Research Ltd, entrou num acordo de colaboração com a companhia biotecnológica suíça Addex Pharmaceuticals para o desenvolvimento de uma nova classe de fármacos disponíveis oralmente para tratar a doença de Parkinson, e para outras doenças, num negócio que poderá render à companhia helvética mais de 170 milhões de dólares.

O acordo entre as duas companhias visa descobrir e desenvolver moduladores alostéricos positivos que atingem o receptor de glutamato metabotrópico ou mGluR4. O glutamato é um neurotransmissor chave no cérebro humano, uma importante molécula sinalizadora envolvida no controlo de múltiplas funções cerebrais, desde o controlo motor ao humor.

Crê-se que a activação selectiva do mGluR4 é uma forma de contornar o sistema de dopamina e que pode corrigir os circuitos que regulam a excitabilidade motora. Isto tem o potencial de fornecer benefícios paliativos significativos na doença de Parkinson. A Addex apontou que os investigadores da Merck ajudaram a definir o potencial terapêutico de atingir o mGluR4 para tratar a doença de Parkinson.

A Merck e a Addex irão colaborar no desenvolvimento pré-clínico, e a Merck irá assumir independentemente o desenvolvimento clínico. A Addex tem a opçao de co-promoção em determinados países da União Europeia, e irá participar num comité conjunto de supervisão para o desenvolvimento clínico.

A Merck & Co irá efectuar um pagamento inicial à Addex no valor de 3 milhões de dólares, e será elegível para pagamentos de investigação, desenvolvimento e reguladores quando forem atingidos objectivos, na ordem dos 106,5 milhões de dólares para o primeiro produto desenvolvido para múltiplas indicações.

Outros pagamentos por objectivos até 61 milhões de dólares poderão ser efectuados caso sejam desenvolvidos mais um ou dois fármacos. A Addex irá ainda ser elegível para receber regalias sobre as vendas de qualquer produto resultante desta colaboração, contudos estes valores não foram revelados.

A doença de Parkinson é um distúrbio do movimento debilitante devido à morte ou danificação de determinadas células nervosas no cérebro que produzem moléculas sinalizadoras, conhecidas como dopaminas. A maior parte dos sintomas associados à doença de Parkinson, como tremores, rigidez e lentidão são causados pela falta de dopamina.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.rttnews.com

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