sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Proteína pode ajudar a combater cancro da mama

Um estudo norte-americano descobriu que uma proteína, a Ciclina D1, pode ser o “calcanhar de Aquiles” dos tumores mamários que são receptores positivos de estrogénio, o tipo mais comum de cancro da mama.

A autora principal do estudo, Maria Silvina Frech, actualmente investigadora em pós-doutoramento no Instituto Nacional do Cancro, mas que desenvolveu o estudo no Centro de Cancro Lombardi do Centro Médico da Universidade de Georgetown, em Washington, revelou que é sabido que a Ciclina D1 é uma importante participante no cancro da mama, mas ninguém demonstrou o que acontece quando a Ciclina D1 está ausente ao mesmo tempo que o receptor de estrogénio está a ser extremamente expressado nos tumores.

A Ciclina D1 pertence a uma família de genes da ciclina cujas proteínas regulam as quinases dependentes da ciclina que, por sua vez, controlam a divisão celular. As quinases dependentes da ciclina são as principais facilitadoras do ciclo de proliferação celular. A superprodução da proteína Ciclina D1 ou a amplificação (cópias extra) do gene têm sido observadas numa variedade de cancros, explicou Frech.

Enquanto que a Ciclina D1 não é necessária para a manutenção das células mamárias normais, é essencial para a proliferação das células anormais das glândulas mamárias, e esta utilização diferencial da Ciclina D1 parece ser única no cancro da mama inicial. Isto suporta a ideia de que reduzir a Ciclina D1 nas células do cancro da mama não danifica as células normais.

As descobertas, publicadas na “Oncogene”, sustentam testar uma classe experimental de fármacos que apontam para a inibição da proteína Ciclina D1, em mulheres com cancros da mama receptores positivos de estrogénio. Existem agentes, que estão actualmente a ser testados em ensaios clínicos, que param a função da Ciclina D1 ao atingir as quinases dependentes da ciclina.

Por exemplo, o flavopiridol é um potente inibidor da quinase dependente da ciclina, actualmente em ensaios clínicos para uma variedade de tumores. O estudo fornece também suporte molecular adicional para a sua utilização no cancro da mama. A actividade clínica é encorajadora quando utilizado em combinação com outros agentes moleculares direccionados.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

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