terça-feira, 26 de junho de 2007

Tabaco custou 434 milhões de euros em cuidados de saúde em 2005

O Infarmed divulgou que se estima que o tabaco tenha sido responsável por custos de cerca de 434 milhões de euros em internamentos hospitalares, medicamentos, consultas e exames, em 2005.

De acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade Católica Portuguesa e da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, os internamentos causados pelo tabagismo custaram 126 milhões de euros, uma quantia que se junta aos mais de 308 milhões gastos em medicamentos, consultas e meios complementares de diagnóstico. Segundo o estudo, estima-se que o tabaco foi ainda responsável por 12 por cento das mortes registadas no país em 2005, alertando também para a diminuição do número de pessoas que nunca fumaram.

Se os fumadores portugueses tivessem deixado o vício, poder
ia ter-se poupado cerca de 144 milhões de euros, dos quais 64 milhões em internamentos e 80 milhões em cuidados ambulatórios.

O vício do tabaco foi responsável por 146 mil anos de vida perdidos, no que se refere a perdas de saúde, que têm em conta não só a morte prematura, mas também os níveis de incapacidade. Destes, 51 mil poderiam ter sido recuperados caso os fumadores portugueses tivessem deixado de fumar. No total, deixar o tabaco levaria a uma redução de 5,8% nas taxas de mortalidade no nosso país. Os casos de cancro nos lábios, cavidade oral e faringe, por exemplo, diminuiriam para metade nos homens portugueses, se estes deixassem de fumar, o mesmo sucedendo com o cancro da traqueia, pulmões e brônquios, cuja ocorrência apresentaria uma diminuição de 45%.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), actualmente, um em cada dez adultos morre devido ao fumo, prevendo-se que, caso a situação actual se mantiver, em 2020, o tabaco terá sido responsável pela morte anual de 10 milhões de pessoas. Das cerca de 650 milhões de pessoas que presentemente fumam em todo o mundo, metade acabará por morrer vítima do tabaco.

Segundo dados de 2005, em Portugal, uma em cada cinco pessoas fuma, sendo 31 por cento homens e 10,3 por cento mulheres. De acordo com o Eurobarómetro, divulgado no mês passado, cerca de metade dos fumadores portugueses quer deixar de fumar, mas só um em cada três é que realmente tenta .

Um dos professores responsáveis pelo estudo, Miguel Gouveia, sublinhou que, apesar de tudo, se registou uma ligeira redução do número de pessoas que fuma habitualmente, contudo essa diminuição tem sido feita de uma forma contraditória, já que o tabagismo tem reduzido nos homens e aumentado nas mulheres.

Isabel Marques

Diário Digital, TSF Online, SicOnline

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