sábado, 7 de julho de 2007

Vacina oral polivalente para a toxina botulínica, BT-VACC™, recebeu Patente Europeia

A DOR BioPharma, Inc. anunciou que a Organização Europeia de Patentes (OEP) concedeu uma patente, EP 1024827 B1, com reivindicações relacionadas com a vacinação oral utilizando formas mutadas não-tóxicas da neurotoxina botulínica, como vacina para prevenir a exposição à toxina botulínica.

A Patente Europeia segue a atribuição de uma patente nos Estados Unidos, U.S. 6,051,239, que foi concedida em Abril de 2000, e que contém reivindicações semelhantes para a vacinação oral.
Tanto a Patente Europeia, emitida recentemente, como a anterior emitida nos Estados Unidos têm origem no trabalho do Dr. Lance Simpson, da Universidade Thomas Jefferson, que demonstra que formas mutadas da toxina botulínica podem ser administradas oralmente para induzir imunidade protectora à exposição natural à toxina. As reivindicações na Patente Europeia fornecem protecção para o uso de certos mutantes não-tóxicos da toxina botulínica que são capazes de transitar dos intestinos para a circulação geral, por via de uma vacina oral.

O Presidente da DOR, Christopher J. Schaber, disse que na companhia se acredita que a vacinação oral irá fornecer vantagens em relação a vacinas injectáveis de botulínica, devido à facilidade de administração e rápida distribuição, que pode facilitar inoculações em massa, caso seja necessário. Acrescentou ainda que esperam fornecer a vacina tanto para uso civil como militar.

A DOR anunciou recentemente a publicação dos resultados chave da BT-VACC™ que demonstram que a imunização mucosa, com uma versão polivalente da vacina, induz uma resposta imune robusta que resulta na protecção contra os diversos serotipos naturais da toxina botulínica. A BT-VACC™ é constituída por um componente da cadeia pesada de cada um que dos serotipos A, B e E da toxina botulínica. O componente da cadeia pesada não tem a região da toxina que é responsável por bloquear as funções neurotransmissoras. As subunidades podem ligar-se avidamente aos receptores na superfície das células mucosas e atravessar o tecido pulmonar e gastrointestinal para estimular a imunidade. Como as subunidades de ligação não contêm a parte tóxica da molécula, a vacina é segura e estimula os anticorpos, não só do sangue, mas também aqueles que revestem as superfícies mucosas. São esses anticorpos, que estão presentes nas secreções pulmonares e gastrointestinais, que irão bloquear a toxina antes destas entrarem na corrente sanguínea e chegarem aos nervos periféricos.

A toxina botulínica
A toxina botulínica é uma neurotoxina extremamente potente, de origem bacteriológica, que inibe a função dos nervos periféricos, causando paralisia flácida muscular descendente grave e frequentemente fatal. O botulismo natural resultante da ingestão da toxina através de alimentos contaminados é muito raro, mas artificialmente o botulismo pode também resultar de bioterrorismo ou de armas biológicas. Visto que quantidades extremamente pequenas da toxina podem causar efeitos neurológicos, é categorizada como ameaça biológica de categoria A pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A toxina pode entrar no organismo muito eficazmente pelo tecido pulmonar e pelo tracto gastrointestinal, fazendo da ameaça de contaminação alimentar propositada, com a toxina botulínica, uma possibilidade real como arma biológica.

Vacinas da toxina botulínica
A vacinação é considerada como sendo a melhor opção na prevenção de efeitos neurológicos da exposição à toxina. Devido à raridade da doença de forma natural, a vacina não seria utilizada em programas de imunização da população em massa, a não ser que houvesse uma ameaça significativa. Nesse caso, a vacina teria de ser tornada disponível para disseminação abrangente, para uma rápida e conveniente vacinação de uma população vasta. A única vacina disponível é uma vacina experimental, baseada na desactivação de uma mistura de serotipos da toxina natural, que é administrada através de uma injecção, contudo não está licenciada pela FDA e não pode ser utilizada para imunização difundida. Novas vacinas polivalentes baseadas em subunidades não-tóxicas estão a ser desenvolvidas, incluindo a BT-VACC™.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

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