domingo, 24 de junho de 2007

Cientistas mais perto de evitar recaídas em doentes com leucemia

Uma equipa de investigadores da Universidade de Osaka, no Japão, descobriu um marcador molecular capaz de detectar as células-mãe da leucemia que tornam a leucemia mielóide aguda tão difícil de erradicar.

Os resultados da investigação foram publicados na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” e os cientistas acreditam que a descoberta poderá oferecer novos métodos de tratamento, uma vez que a quimioterapia, por si só, não é eficaz para tratar, de forma permanente, a leucemia mielóide aguda. “O tratamento está orientado para se conseguir a remissão precoce (destruição de todas as células leucémicas). Contudo, a leucemia mielóide aguda responde a menos medicamentos do que outros tipos de leucemia”, refere o Manual Merck.

Dentro da medula óssea, todas as células sanguíneas se originam a partir de um único tipo de célula denominada célula-mãe. Esta célula-mãe divide-se em células imaturas que se vão dividindo e amadurecendo até chegarem aos três tipos presentes no sangue. A leucemia afecta os glóbulos brancos e surge quando o processo de amadurecimento da célula-mãe, até chegar ao glóbulo branco, se distorce e produz uma alteração cancerosa. De acordo com a explicação dos especialistas as células-mãe leucémicas mantêm-se escondidas no organismo e podem crescer e dividir-se continuamente, originando o regresso do cancro.

O estudo levado a cabo pelos cientistas japoneses e dirigido por Naoki Hosen, analisou a forma como estas células diferem das outras células-mãe presentes no sangue. Este processo permitiu aos cientistas concluírem que as células-mãe leucémicas possuem uma proteína específica sobre a sua superfície denominada CD96, que não se encontra presente nas outras células-mãe saudáveis do sangue.

Para determinar se actividade das células-mãe com leucemia era influenciada pela presença da proteína, os cientistas transplantaram amostras de células de leucemia mielóide aguda, com e sem a proteína, em ratos. Os resultados demonstraram que as células com CD96 foram as únicas a ficar doentes, o que sugere que o CD96 é realmente um marcador das células cancerosas da leucemia em actividade. Este primeiro passo é promissor, salientou Hosen, agora é preciso perceber sé é possível desenvolver uma terapia de anticorpos que se unam à CD16, induzindo a citotoxicidade e permitindo que os tratamentos destruam as células cancerosas independentemente de onde se encontrem.

Marta Bilro

Fonte: AZ Prensa, correofarmaceutico.com, Yahoo Notícias, Diario Salud.

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