Este tipo de fármacos é administrado aos pacientes que são submetidos a uma cirurgia em qualquer parte do corpo, exceptuando o coração, com o objectivo de ajudar a diminuir a pressão sanguínea. No entanto, Stephen Bolson, um anestesista e professor na Universidade de Melbourne, na Austrália, refere que cerca de 1 por cento desses pacientes correram riscos de complicações ao nível do coração, como é o caso dos ataques cardíacos e enfartes, e anualmente cerca de um em cada quatro acaba por morrer.
Os especialistas recorrem também a investigações anteriores para fundamentar estas conclusões. De acordo com estudos realizados na Dinamarca e Grã-Bretanha não foi detectada qualquer redução do número de mortes e outras complicações graves, entre as quais se inserem os ataques cardíacos, falhas cardíacas e enfartes, 30 dias depois de ter sido realizada a cirurgia em pacientes tratados com bloqueadores beta (anti-hipertensores).
Num outro estudo não se registou nenhum benefício seis meses depois da cirurgia, e um ensaio clínico que ainda decorre não deu conta, até ao momento, de quaisquer efeitos benéficos. Para além disso, as investigações detectaram taxas significativamente elevadas de efeitos secundários inerentes à utilização de bloqueadores beta, incluindo a diminuição do batimento cardíaco (braquicardia) e pressão arterial baixa (hipotensão).
A investigação dos cientistas australianos sustenta ainda que ensaios não aleatórios sugeriram que os inibidores da enzima HMG-CoA redutase (estatinas) demonstram algum benefício, porém as provas continuam a ser pouco consistentes. Para que realmente pudessem ser comprovados os benefícios e a segurança da utilização destes fármacos seria necessário um ensaio clínico, controlado aleatoriamente, que envolvesse mais de 12 mil pacientes.
Marta Bilro
Fonte: Spiritindia, Monsters and Critics, NEWS.com.au, Manual Merck.
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