quinta-feira, 5 de julho de 2007

Alteração genética na base do desenvolvimento de asma

Uma equipa de cientistas identificou uma alteração genética que aumenta o risco de desenvolvimento de asma na infância, segundo revela um estudo publicado na revista científica britânica “Nature”. A descoberta poderá abrir portas a novos tratamentos contra uma doença que afecta perto de 150 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 600 mil em Portugal.

“É comum pensarmos em asma como algo relacionado com as alergias”, afirmou William Cookson, investigador do Instituto Nacional de Coração e Pulmões do Colégio Imperial de Londres e coordenador do estudo multinacional. Porém, “este gene não está relacionado com as alergias, ele sugere que há outras coisas por detrás das alergias que conduzem o processo da doença”, frisou o responsável.

A investigação, que analisou as diferenças de ADN em cerca de 1.000 crianças com asma e 1.200 que não sofriam da doença, revelou que a grande diferença entre elas se encontrava no cromossoma 17. Segundo explicou Cookson, as variações genéticas nesse cromossoma são responsáveis pelo aumento da actividade de um gene denominado ORMDL3, nas células sanguíneas das crianças com asma, e que aumenta em 60 por cento o risco de desenvolver a doença. Esta observação “abre caminhos para possíveis tratamentos” afirmou Cookson, já que, “o gene pode ser um alvo para os medicamentos.”

O especialista lembrou que alguns estudos anteriores já tinham detectado uma relação entre as condições genéticas e a asma, porém esta investigação fornece evidências mais concretas acerca da forma como os factores genéticos provocam esta condição nas crianças. “É uma questão complexa”, salientou Cookson, acrescentando que este é um passo para a resolução do problema mas não a solução total.

O especialista acredita que este avanço poderá conduzir a novas terapias uma vez que aponta numa direcção molecular biológica específica. “Depois de compreendermos a causa biológica e conhecermos as variáveis envolvidas é possível combatê-las com medicamentos especificamente direccionados”, concluiu.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CTV.ca. Portal da Saúde.

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