segunda-feira, 30 de julho de 2007

Cientistas portugueses descobrem tratamento inovador para cancro da mama

Cientistas portugueses e israelitas são responsáveis pela descoberta de uma forma para melhorar o tratamento dos casos mais agressivos de cancro da mama. O carcinoma de tipo basal, uma forma não hereditária da doença, representa 10 a 15 pode cento dos cancros da mama diagnosticados.

Conforme noticia a edição de hoje do jornal Público, as conclusões do estudo, publicado na edição on-line da revista "Nature Cell Biology", referem que os investigadores conseguiram demonstrar a forma como a molécula EGFR (sigla que, em português, significa "receptor do factor de crescimento epidérmico") se relaciona com os agressivos carcinomas de tipo basal.

"Estes resultados são muitíssimo animadores, pois mostram que estamos muito próximos de poder bloquear a capacidade metastática deste tipo de cancro e deste modo aumentar substancialmente a sobrevida dos doentes", referem os investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e do Instituto Weizmann, de Israel. Contrariamente aos carcinomas, que possuem receptores de estrogénio, permitindo-lhes responder à terapêutica hormonal com Tamoxifeno ou Trastuzumab (Herceptin), os tumores de tipo basal não têm um alvo terapêutico.

Segundo explicou Fernando Shmitt, investigador do Ipatimup, já era conhecido que “nestes casos havia uma amplificação do EFGR”, o que faltava perceber era a forma como se relacionava com a agressividade do carcinoma. Ao estimular “o EFGR dentro da célula, a expressão da molécula chamada cten aumenta e assim aumenta também a capacidade de migração de células malignas [metástases]”, acrescentou o especialista.

Posteriormente, nos 300 doentes estudados, observaram-se grandes quantidades de cten nos cancros com metástases. Ao aplicar um tratamento com inibidores de EFGR em tumores em estado avançado verificou-se que "quando o receptor era bloqueado, a molécula cten quase desaparecia e a capacidade de metastização diminuía muito", referiu. A descoberta é principalmente importante para os casos de cancro com metástases pulmonares e cerebrais.

Marta Bilro

Fonte: Público.

Sem comentários: