segunda-feira, 30 de julho de 2007

Perda de tecido cerebral associada à doença bipolar

Os doentes bipolares sofrem de uma rápida diminuição do tamanho do cérebro, descobriram investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Pela primeira vez, um estudo demonstra que a doença bipolar - caracterizada por períodos de depressão e períodos de mania - está associada à diminuição de tecido cerebral, sendo que a alteração vai piorando sempre que existe uma crise.

De acordo com o site da Universidade de Edimburgo, foram examinados os cérebros de 20 doentes com perturbação bipolar e outros tantos de voluntários sem a doença. A descoberta comprovou concentração de perda de massa cinzenta em zonas do cérebro responsáveis pelo controlo da memória, reconhecimento facial e coordenação.

Andrew McIntosh, líder da investigação, afirmou à BBC que “a descoberta tem implicações não só na forma como pesquisamos a doença, mas também como será tratada. Pela primeira vez, demonstrámos que, à medida que as pessoas com doença bipolar vão envelhecendo, perdem-se pequenas parcelas do cérebro associadas à memória e coordenação de pensamentos e acções”, explicando que “a quantidade de tecido cerebral que se perde é maior em pessoas com múltiplos episódios da doença e está associada ao declínio de algumas áreas da capacidade mental.”

Recorde-se que a perturbação bipolar é caracterizada pela alternância entre períodos de depressão e euforia. Se, por um lado, os repetidos episódios podem afectar o cérebro e levar ao enfraquecimento das funções cerebrais, por outro, segundo a pesquisa, o stress e os factores genéticos provocam episódios mais frequentes e perda de cérebro.

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/Netscape/Nature/site da Universidade de Edimburgo

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