quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Agência reguladora norte-americana advertiu a Eli Lilly
FDA reage a publicidade ao Cymbalta


A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, emitiu uma advertência escrita à companhia farmacêutica Eli Lilly & Company, em que condena o mau serviço que a publicidade ao antidepressivo Cymbalta (duloxetina), em curso naquele país, está a prestar aos doentes.

Como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, em finais do mês de Agosto a Eli Lilly apresentou à FDA um pedido de aprovação do Cymbalta - fármaco actualmente aprovado nos Estados Unidos para o tratamento de adultos com doença depressiva grave, perturbação de ansiedade generalizada e neuropatia periférica diabética dolorosa - para o tratamento da fibromialgia, apontando os resultados de um estudo que atestava o contributo do antidepressivo para a atenuação das dores naqueles pacientes, estando também em curso estudos com vista a aferir da sua capacidade para ajudar doentes com dores nas costas e artrite.
No entanto, semanas depois da apresentação desse pedido, a FDA veio a público, numa carta dirigida à Eli Lilly e entretanto publicada no site da agência reguladora, lançar uma advertência à companhia farmacêutica, considerando que os dossiers promocionais enviados aos médicos norte-americanos veiculavam "informações incorrectas e que podem induzir em erro aqueles profissionais", nomeadamente no que respeita aos possíveis efeitos do medicamento em doentes com dor neuropática associada à doença diabética. Nesse sentido, a Food and Drug Administration solicitou ao laboratório farmacêutico com sede nos Estados Unidos que interrompa imediatamente a distribuição daqueles dossiers ou qualquer outro folheto promocional que use o mesmo tipo de linguagem.
De acordo com a nota difundida pela FDA, a que o farmacia.com.pt teve acesso, o mailling enviado pela firma farmacêutica aos médicos dos Estados Unidos "é falso e contém afirmações que podem induzir os profissionais em erro, na medida em que exagera o alegado grau de eficácia do Cymbalta e omite alguns dos seus mais sérios efeitos secundários", nomeadamente ao nível da sua interacção hepática, que pode ser muito importante, frisando que não há ainda evidências significativas de que o antidepressivo interage de forma substancial no sentido de atenuar as dores que fustigam aqueles doentes.

Dados desactualizados
Na resposta à carta enviada pela FDA, os responsáveis da Eli Lilly explicaram que o material promocional em causa foi produzido em 2005 e já não está a ser utilizado. De acordo com o porta-voz da companhia farmacêutica, Charlie McAtee, a empresa reitera o seu "compromisso com a segurança dos pacientes", atestando a aposta daquele laboratório na produção de informação adequada e correcta sobre os medicamentos que desenvolve.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, FDA, Bloomberg, Scientific American, farmacia.com.pt

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