quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Cientistas britânicos desenvolvem vacina contra o cancro

Cientistas britânicos estão mais perto de desenvolver uma vacina para tratar cancros causados pelo vírus de Epstein Barr (VEB). Os investigadores revelaram que os testes iniciais de uma nova vacina direccionada para o vírus, associado a um variado número de cancros, está a demonstrar-se efectiva. Os cientistas afirmaram que registaram um aumento da resposta imune contra células cancerígenas infectadas com o vírus de Epstein Barr.

O vírus de Epstein Barr normalmente não causa problemas de saúde, mas este tipo comum de vírus do herpes está associado a variados tipos de cancro, incluindo linfomas e carcinoma da nasofaringe. Agora, os investigadores da Universidade de Birmingham e do Hospital Royal Marsden, em Londres, esperam que a vacina que estão a desenvolver, que estimula o sistema imunitário a atacar as células cancerígenas infectadas com o VEB, leve a um avanço na luta contra estas doenças.

Os testes iniciais, realizados em pacientes com tumores VEB positivos, são promissores e sugerem que a vacina produz realmente a resposta imune necessária. A nova vacina ataca duas proteínas (EBNA1 e LMP2) que estão expressas nas células cancerígenas infectadas com o vírus. Se o organismo for capaz de produzir uma resposta imune às proteínas existentes nas células cancerígenas, isto proporciona um mecanismo natural para atacar a doença. O próximo passo é avaliar quão efectivo este processo pode ser no ataque aos tumores.

Um dos investigadores do Institute for Cancer Studies da Universidade de Birmingham, Neil Steven, afirmou que os cientistas estão cada vez mais a procurar formas de utilizar as vacinas do cancro para estimular o sistema imunitário do organismo contra tumores. O Dr. Steven acrescentou que o VEB é um alvo óbvio, porque está presente em vários tumores.

Os pacientes receberam a vacina, em injecções na pele, três vezes em intervalos de três semanas. Os resultados iniciais, apresentados na conferência do “National Cancer Research Institute”, em Birmingham, numa amostra de três pacientes, demonstraram que a injecção da vacina estimulou uma resposta imune limitada.

Os investigadores estão actualmente a recrutar pacientes com tumores VEB positivos que já receberam quimioterapia, e não têm qualquer outra opção de tratamento.

O Dr. Steven afirmou ainda que é provável que a vacina seja utilizada conjuntamente com quimioterapia, possivelmente para prever o reaparecimento ou a disseminação da doença ligada ao vírus. Uma vacina com sucesso poderá ter uma aplicação a nível mundial, aumentando os benefícios da quimioterapia e da radioterapia.

O investigador sublinhou que as vacinas para o cancro têm um enorme potencial para futuro uso clínico. Um estudo semelhante com a mesma vacina está a ser conduzido em Hong Kong.

Isabel Marques

Fontes:
www.pharmatimes.com, www.medindia.net

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