quarta-feira, 11 de julho de 2007

Acabaram as cicatrizes na extracção da ‘pedra’ do rim

Nem sempre uma cirurgia é sinónimo de cicatrizes e dor, pelo menos foi isto que os cirurgiões que participaram no XII Simpósio Europeu de Urolitíase demonstraram na passada sexta-feira, com a realização de uma cirurgia de extracção de cálculos renais que recorre a tecnologia de ponta para ser minimamente invasiva.

Em directo do British Hospital, em Lisboa, o urologista português António Soares e o alemão Peter Alken, realizaram em apenas duas horas, uma cirurgia de extracção de ‘pedra’ do rim através da introdução de uma sonda com um laser na ponta, que permite vaporizar o cálculo renal até este se transformar em pequenas areias, que serão expelidas pelo corpo de forma natural. A sonda foi introduzida pela uretra, subindo até um dos rins, evitando quaisquer marcas.

Com transmissão para Cascais, onde os especialistas reunidos no simpósio puderam presenciar o procedimento da técnica, a cirurgia removeu uma ‘pedra’ do rim com cerca de três centímetros, de uma paciente de 49 anos que estava anestesiada. “Até aos cinco milímetros a ‘pedra’ sai com normalidade, mas basta ter mais um milímetro para ser necessária a cirurgia”, refere António Soares.

Na opinião de Paulo Guimarães, médico especialista na área, a principal vantagem desta nova técnica é o facto de não ser “invasiva”, uma vez que as cavidades do próprio corpo humano são usadas para partir e extrair as pedras, permitindo ao paciente uma total recuperação no espaço de 24 horas.

No passado dia 3 de Junho, no artigo Portugal na vanguarda da Urologia, o farmácia.com.pt havia já noticiado acerca dos avanços alcançados na área da Urologia, mostrando a confiança do especialista do British Hospital, Paulo Guimarães, que já então realçava a importância dos progressos tecnológicos que têm dotado a área de forma muito positiva, de tal forma que os doentes portugueses já não sentem a necessidade de procurar novos tratamentos no estrangeiros, uma vez que “por cá temos do melhor que se faz neste momento”.

“Há vinte anos tínhamos que fazer uma cirurgia aberta. Hoje temos a vaporização e os lasers, que permitem as cirurgias de um dia. Em menos de 24 horas o doente pode ir para casa”. Agora, durante o XII Simpósio Europeu de Urolitíase, os especialistas puderam presenciar a execução da técnica e apreciar os resultados.

Paulo Guimarães considera mesmo que as novas técnicas de cirurgia urológica permitem comparar esta área da medicina à industria automóvel, uma vez que já existiam há 20 anos, “mas a evolução da tecnologia permite que hoje sejam muito melhores. O mesmo se passa com os avanços na cirurgia, particularmente o laser”.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

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