Limitações no crescimento e desenvolvimento, disfunções neurocognitivas, problemas cardiopulmonares e gastrointestinais, bem como, sequelas músculo-esqueléticas, estão entre o rol de possíveis consequências inerentes às terapias anti-cancro. Os casos de leucemia e tumores do sistema nervoso central, em que os tratamentos podem ter implicações ao nível cognitivo na memória visual, na atenção, concentração e capacidade de reconhecimento vão merecer especial atenção.
O número de crianças sobreviventes de cancro é cada vez mais elevado, nota Adoíndo Pimentel, director do serviço de Psico-oncologia do IPO do Porto. No entanto, sublinha, "é inegável que os tratamentos, quando actuam sobre o sistema nervoso central, têm consequências neurocognitivas e psicológicas deveras negativas para as crianças”.
O objectivo da pesquisa é caracterizar os défices observados (estudar diferenças na idade e sexo, entre outras variáveis) para desenvolver programas de reabilitação neuropsicológica que permitam eliminar ou minimizar os danos resultantes dos tratamentos. Pretende-se, essencialmente, melhorar a qualidade de vida destas crianças tentando prever determinadas sequelas físicas e psicológicas provocadas pelo tratamento.
Os sobreviventes de cancro infantil “são um grupo de risco”, considera o especialista, isto porque “pode haver um comprometimento ao nível do desenvolvimento de competências verbais e não verbais, rendimentos académicos e competências sócio-emocionais”.
Marta Bilro
Fonte: Público, Correio da Manhã.
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