terça-feira, 11 de setembro de 2007

Consumo de medicamentos analisado nos Estados Unidos
Efeitos adversos duplicaram entre 1998 e 2005


Um estudo agora publicado nos «Archives of Internal Medicine» aferiu que o número de relatos da ocorrência de efeitos secundários graves e irreversíveis como consequência do consumo de medicamentos nos Estados Unidos duplicou no período compreendido entre 1998 e 2005. “A mensagem a reter é a de que a avaliação da segurança não está a funcionar”, considerou Curt Furberg, da Universidade de Wake Forest, um dos autores da investigação.

De acordo com informações avançadas na última edição daquela publicação científica, o estudo pretendeu analisar os efeitos adversos causados pelo consumo dos fármacos ou por erros associados à prescrição dos mesmos. Em 1998 foram registados nos Estados Unidos 34996 casos de consequências nefastas da ingestão de medicamentos, mas em 2005 esse número subiu para os 89842. O volume de ocorrências fatais também sofreu uma subida acentuada naquele período, de 5519 casos no primeiro ano do estudo para 15107 no final da análise. Os especialistas concluíram ainda que, entre os fármacos que mais vezes foram associados a episódios de efeitos secundários graves e fatais, nota-se um contributo desproporcional dos medicamentos para a dor e dos que interagem com o sistema imunitário. “Vinte por cento, ou 298 dos 1489 fármacos identificados, estiveram envolvidos em 87 por cento dos 467809 eventos relatados nos sete anos”. Os cientistas frisam que “este crescimento do número de ocorrências perniciosas mostra que “o actual sistema não está a proteger adequadamente os doentes, desprezando a importância de relatórios recentes que atestam a necessidade de encontrar rapidamente mecanismos que espoletem a mudança em termos legislativos, políticos e institucionais”.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword

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