sexta-feira, 16 de novembro de 2007

SPP quer comparticipação para fármacos antitabágicos

Os dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) sobre as consequências do consumo quotidiano do tabaco indicam que "se esta epidemia não for travada, em 2030, morrerão cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo". Por uma “questão de coerência” face aos números, pelo menos 40 por cento da medicação utilizada nos tratamentos de cessação tabágica deveria ser comparticipada pelo Estado, defende a SPP.

Apesar de não ser apologista do pagamento total dos tratamentos, visto que "faz parte da terapia" o próprio paciente gastar dinheiro nesta fase, Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (Coppt), considera que "uma pequena diminuição dos encargos faria com que as pessoas não deixassem de procurar ajuda". Esta seria uma forma de auxiliar aqueles que querem largar os cigarros, afirmou o presidente da Coppt, Luís Rebelo, em declarações ao jornal Público.

A mesma opinião é partilhada por Ivone Pascoal, membro da comissão de tabagismo da SPP, que considerou que a comparticipação é "uma questão de coerência" perante a dimensão global do problema.

No que diz respeito à nova lei do tabaco, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008 e coloca mais restrições à compra, venda e consumo de cigarros em espaços fechados, o presidente da Coppt afirmou ao Público “ter-se perdido uma oportunidade de erradicar o perigo”.

Ivone Pascoal e Sofia Ravara, também membro da comissão de tabagismo da SPP, vão ao encontro das opiniões defendidas pelo responsável da Coppt, fazendo ainda um apelo ao reconhecimento oficial do tabagismo como doença crónica.

O presidente da SPP, Segorbe Luís, louvou a nova medida de apoio do Estado aos medicamentos para o tratamento da diabetes, lamentando o facto de a mesma não se aplicar às terapias antitabagismo.

Marta Bilro

Fonte: Público, Diário Digital.

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