sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Estudo reafirma segurança do aspartame

Um novo relatório alivia as suspeitas que recaíam sobre a insegurança da utilização do aspartame, um edulcorante artificial de baixo valor energético. De acordo com os novos dados, publicados na edição de Setembro da “Critical Reviews in Toxicology”, “não há provas credíveis” de que o adoçante é inseguro.

Uma equipa de oito cientistas analisou, durante 11 meses, mais de 500 estudos já realizados acerca do aspartame, que é utilizado desde 1981 e se encontra presente em perto de 500 produtos farmacêuticos.

“Estudos científicos controlados confirmam a segurança do aspartame e não revelam uma relação credível entre a ingestão de aspartame em níveis consumidos por seres humanos e problemas relacionados ao sistema nervoso e ao comportamento, nem quaisquer outros sintomas ou doenças”, referem os investigadores, acrescentando que “não há provas credíveis de que o aspartame seja um carcinogénio”. Esta conclusão vai ao encontro da posição oficial tomada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que defende que “o aspartame é seguro enquanto adoçante”.

A investigação, que recorreu à revisão de estudos com mais de 25 anos, incluindo trabalhos não publicados e submetidos à avaliação da FDA, analisou indivíduos que sofriam de Parkinson, diabetes, alergias, depressão, e algumas crianças, incluindo as que sofriam de hiperactividade ou relatavam sensibilidade ao açúcar. O painel de cientistas analisou também os níveis de consumos de aspartame.

A pesquisa revelou que a média de consumo diário de aspartame se situava nos 4,9mg/kg, o que significa que, mesmo entre os indivíduos que mais utilizavam a substância, o consumo do adoçante ficou muito abaixo dos níveis estabelecidos para a dose diária aceitável estabelecida pela FDA e pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (entre 50 e 40mg/kg por dia).

“O consumo situa-se abaixo dos níveis de ingestão diária recomendados, mesmo entre as populações que mais ingerem a substância. Não foram encontradas provas credíveis de que o aspartame é carcinogénio, neutoróxico, ou que possuí quaisquer outros efeitos adversos para a saúde mesmo quando consumido em níveis muito acima dos estabelecidos para o consumo diário”, refere o relatório.

A segurança do adoçante tem sido posta em causa em várias ocasiões. Um estudo publicado em Junho indicava que o consumo de aspartame em ratos provocava riscos acrescidos de desenvolver leucemia, linfomas e cancro da mama. Na altura, a FDA mostrou-se interessada em rever essa investigação mas, baseando-se em trabalhos anteriores que apoiavam a segurança da substância, não encontrou motivos para alterar a sua posição acerca do adoçante.

Marta Bilro

Fonte: US-Pharmacologist.com, Farmacia.com.pt.

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