sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Arimidex recomendado como alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno

Os últimos dados publicados no “British Journal of Cancer” confirmam que o Arimidex (anastrozol) é um tratamento custo-eficaz para o cancro da mama inicial e revelam que o custo por Ano de Vida Ajustado pela Qualidade (AVAQ) com este inibidor da aromatase é menor que o indício utilizado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE). Estas últimas descobertas, baseadas nas directrizes metodológicas mais recentes do NICE, corroboram ainda mais as recomendações iniciais do NICE e aumentam a crescente evidência de que o Arimidex oferece uma alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno, no tratamento adjuvante nas mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente.

Um estudo recente estima que o custo anual do tratamento hormonal no Reino Unido seja de 64,6 milhões de libras. Contudo, somente o custo do fármaco não reflecte a carga financeira total que o cancro da mama representa para o sistema de saúde de um país. A recorrência da doença também tem um impacto negativo, aumentando significativamente o custo total do tratamento, mais concretamente no que diz respeito ao diagnóstico, consultas clínicas, cuidados de pacientes internados e em ambulatório, necessidade de cirurgia/quimioterapia/radioterapia adicionais, gestão dos efeitos adversos e seguimento.

O professor Robert Mansel, do serviço de Cirurgia do Hospital de Cardiff (Reino Unido), comentou que a recorrência é o factor mais significativo no aumento do custo total do tratamento do cancro da mama. Portanto, a redução da recorrência é o aspecto que teria maior influência no custo do cancro da mama. Este modelo demonstra que ao prescrever-se um tratamento mais eficaz, que reduz o risco de recorrência nas mulheres na pós-menopausa, em comparação com o tamoxifeno, pode-se reduzir potencialmente a carga económica global que o cancro da mama tem no sistema de saúde.

O tamoxifeno tem sido considerado como sendo uma opção terapêutica eficaz e barata para o cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente em mulheres na pós-menopausa. Todavia, os resultados do estudo ATAC demonstraram que o Arimidex é superior ao tamoxifeno, no que se refere à redução do risco de recorrência e na melhoria da tolerabilidade, e têm levado a uma aproximação deste fármaco como tratamento padrão privilegiado.

Estes novos dados proporcionam um apoio económico adicional para a recomendação por parte da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, sigla em inglês) que manifesta que o tratamento adjuvante para mulheres na pós-menopausa com cancro da mama hormono-dependente deverá incluir um inibidor de aromatase, de modo a reduzir o risco de recorrência do cancro. Para além disso, as directrizes da ASCO reconhecem que os inibidores de aromatase não deverão ser utilizados de forma intercalada, favorecendo assim a utilização deste agente, que mais dados relevantes oferece individualmente a cada situação clínica.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

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