sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Dados do Inquérito Nacional de Saúde divulgados hoje
Metade das mulheres não faz contracepção


Quase metade das mulheres portuguesas em idade fértil que vive no território de Portugal Continental confessa não recorrer ao uso de métodos contraceptivos, optando pela prática de relações sexuais desprotegidas. São dados constantes no 4º Inquérito Nacional de Saúde, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e pelo Instituto Nacional de Estatística, que se reportam ao período entre 2005 e 2006 e referem ainda a hipertensão como razão principal para o consumo de medicamentos no nosso país.

De acordo com os resultados do estudo, a que o farmácia.com.pt teve acesso, e que pela primeira vez inclui também dados referentes às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, a faixa etária em que menos são usados métodos para o controlo da natalidade é o grupo dos 15 aos 19 anos (80,2 por cento não usam qualquer método de prevenção da gravidez e das doenças venéreas), seguindo-se as mulheres com mais de 50 anos (78,2 por cento não usa). Entre os restantes grupos, as taxas de utilização de métodos contraceptivos são elevadas, oscilando entre os 56 por cento nas mulheres entre os 45 e os 49 anos, e os 74 por cento na faixa dos 35 aos 39.
O método anticoncepcional adoptado pela generalidade das portuguesas (65,9 por cento) é a pílula, seguindo-se, a longuíssima distância, o preservativo, com apenas 13,4 por cento das preferências, e o dispositivo intra-uterino, que capta 8,8 por cento das escolhas. Na faixa etária dos 20 aos 24 anos a pílula é líder destacado nos consumos, com 87,3 por cento das mulheres a indicá-la como o seu método de eleição. Apesar de 22,9 por cento das inquiridas declarar que não faz vigilância do método contraceptivo que utiliza, consultórios e clínicas privadas (23,7 por cento) e os centros de saúde (45,5 por cento) foram os locais referidos mais vezes como aqueles em que essa vigilância tem lugar.

Gripe e hipertensão
Ainda no capítulo do consumo de medicamentos o estudo refere que em Portugal a vacinação contra a gripe tende a aumentar com a idade, sendo que 69 por cento da população com mais de 15 anos nunca foi inoculada contra a patologia. Nas duas semanas anteriores à realização do inquérito, de acordo com os dados compilados pelo INSA e pelo INE, o consumo de medicamentos receitados por um médico e comprados numa farmácia foi realizado por 52,8 por cento da população, sendo a hipertensão a motivação principal para aquele consumo, com 15,6 por cento do volume de fármacos adquiridos, seguindo-se depois as dores nas articulações (10 por cento) e a redução dos níveis de colesterol (9,5 por cento).
O Quarto Inquérito Nacional de Saúde foi realizado ao longo dos dois últimos anos por iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, através de uma parceria com o Instituto Nacional de Estatística, que contou com a colaboração da Direcção-Geral da Saúde e das secretarias regionais dos Assuntos Sociais da Madeira e dos Açores, na fase de preparação do questionário. Na origem deste estudo esteve sobretudo o objectivo de caracterização da população portuguesa face à saúde em áreas como a apreciação do seu próprio estado, a incapacidade temporária e de longa duração, as doenças crónicas, os cuidados de saúde, o consumo de medicamentos, a saúde oral, as despesas com saúde, o consumo de tabaco, de alimentos e bebidas, a saúde reprodutiva, a actividade física, a saúde mental, os cuidados preventivos, a qualidade de vida e a insegurança alimentar, estando algumas destas categorias ainda em fase de análise.

Carla Teixeira
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge

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