sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Cientistas associam gene do canhotismo à esquizofrenia

Estudo britânico descobre gene LRRTM1 que aumentará probabilidade de pessoas serem canhotas e risco de disfunção cerebral

À luz de um estudo conduzido por uma equipa de investigadores do Centro de Genética Humana da Universidade de Oxford, um gene relacionado com o canhotismo poderá estar também associado ao risco de esquizofrenia.

De acordo com a informação avançada pela BBC, os cientistas britânicos anunciam – num estudo publicado na revista «Molecular Psychiatry» - ter descoberto o gene LRRTM1 que, segundo acreditam, não só “arruma” o cérebro dos canhotos de forma diferente, como também, aumenta a probabilidade de as pessoas não serem destras.

Com base na pesquisa, os cientistas da Universidade de Oxford estimam também que o gene poderá espoletar o risco de esquizofrenia - doença mental frequentemente ligada à disfunção cerebral, cujos sintomas mais característicos são confusões mentais, alucinações (sobretudo auditivas) e delírios.

Defendendo que o LRRTM1 “desempenha um papel importante no controle de partes do cérebro que comandam certas funções específicas como a fala e as emoções”, os investigadores recordaram que “nos destros, o lado esquerdo do cérebro normalmente controla a fala e a linguagem, enquanto o direito comanda as emoções.”

Uma vez que, nas pessoas canhotas, acontece exactamente o oposto, a equipa britânica concluiu que o responsável pela troca será o gene LRRTM1.

No sentido de tranquilizar os canhotos, o coordenador da investigação, Clyde Francks ressalvou que “os canhotos não devem se preocupar com a ligação entre canhotismo e esquizofrenia”, sustentando que “há muitos factores que levam certos indivíduos a apresentarem esquizofrenia e a grande maioria dos canhotos nunca vai desenvolver o problema.”

Agora, Clyde Francks espera que a descoberta “ajude a entender o desenvolvimento da assimetria do cérebro”, rematando que o papel do gene “ainda não é conhecido com precisão.”

CanhotismoxGenética

O certo é que, nas últimas décadas, têm havido inúmeros estudos e muita especulação sobre o canhotismo. Há pelos menos uma certeza: entre destros e canhotos há grandes diferenças.

Uma das conclusões a que chegaram os especialistas, é que os destros são melhores em pensamentos analíticos e que os canhotos são mais criativos ou musicais. Segundo uma pesquisa feita na Austrália, as pessoas canhotas pensam mais rápido quando estão a praticar certas actividades, nomeadamente, desporto ou jogos de computador.

No que concerne ao canhotismo associado à genética, o site mundocanhoto.com clarifica que: “Quando ambos os pais ou a mãe são canhotos, a probabilidade é maior. Para pais destros, a percentagem é de 9%, dois pais canhotos 29% e um canhoto outro destro, cerca de 19%.”

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/mundocanhoto.com

1 comentário:

RP disse...

Carla, segundo uma investigação que antecedeu a elaboração da notícia apurei que o termo "canhotismo" - embora admitindo que possa soar a um brasileirismo - é reconhecido e utilizado em Portugal, nomeadamente, pelo Mundo Canhoto (site português com sede em Lisboa) e por especialistas e até vários jornalistas de diários portugueses...
Rectificarei o termo se a direcção do portal assim me recomendar, mas agradeço muito a tua nota!