quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Universidade Católica Portuguesa disponibiliza inquérito online
Avaliar saber e sensibilização sobre a listeriose

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a promover um questionário online que pretende fazer uma recolha sistemática de dados que permitam aferir o conhecimento da população e a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a listeriose, infecção de origem alimentar que, apesar da baixa prevalência, têm grande impacto na saúde pública pela severidade das sequelas e pelos elevados índices de mortalidade, que atingem 20 a 40 por cento em doentes com o sistema imunológico debilitado pela sida ou pelo cancro.

A iniciativa integra o projecto «Listeriose em Portugal: informar para prevenir», financiado pelo Programa Saúde XXI, e tem como objectivo o desenvolvimento de novos materiais informativos e de apoio à prevenção e ao diagnóstico da doença, colmatando em simultâneo as lacunas sentidas por profissionais de saúde e pelas populações, designadamente entre os indivíduos que se encontram em maior risco de contrair a doença ou de sofrer um impacto acrescido depois de a contraírem. Na base do questionário estão questões relacionadas com a prevenção, o diagnóstico, a declaração de ocorrências e as necessidades de formação e informação.
Provocada pelo bacilo «listeria monocytogenes» – que se se encontra amplamente disseminado no solo, na vegetação, na água, nos esgotos e em inúmeras espécies animais –, a listeriose pode decorrer do consumo de alimentos contaminados (uma vez que o bacilo se desenvolve a uma temperatura óptima que varia entre 20 e 37 graus, embora também se multiplique em temperaturas de refrigeração (entre dois e quatro graus), mas também por contacto directo com animais e seres humanos infectados. Os casos de listeriose humana são relativamente raros, mas atingem enorme gravidade, com grave sintomatologia gastrointestinal que pode potenciar o surgimento de septicémia e meningoencefalites com alta mortalidade.
Nos adultos a forma mais frequente de listeriose é a meningite, que em cerca de 20 por cento dos casos leva ao surgimento de abcessos cerebrais, rigidez na nuca e, se o doente não receber tratamento, confusão mental, coma e morte. Também os olhos podem ser afectados, tornando-se vermelhos e dolorosos, bem como, numa fase posterior, os gânglios linfáticos, o sangue, as meninges e, em casos muito raros, as válvulas do coração, provocando insuficiência cardíaca. O tratamento da listeriose é feito à base de penicilina, que pode ser combinada com um antibiótico como a tobramicina e, para as lesões oculares, eritromicina. No início deste mês a norte-americana Food and Drug Administration aprovou o Listex para o tratamento dos alimentos, nos quais não causa qualquer impacto em termos de sabor, cheiro ou cor, nem altera as propriedades dos produtos tratados.
Em Portugal, segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar, é feita desde 1996, de acordo com o disposto na Portaria Portaria nº 533/93, de 21 de Maio (alterada pela Portaria 56/96), a avaliação da presença da listeria no leite cru e para produção de queijo, bem como a mais de 250 outros produtos de origem animal cujo consumo é feito normalmente sem pressupor qualquer cozinhado. Os dados do estudo que a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a levar a cabo permitirá actualizar a informação sobre a listeriose junto dos profissionais de saúde, potenciando uma melhor prestação de cuidados no futuro.

Carla Teixeira
Fonte: Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, PR Newswire, Saúde na Internet, Eurosurveillance, estudo «Importância das zoonoses na segurança alimentar».

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