quinta-feira, 11 de outubro de 2007

25 por cento dos portugueses sofrem de depressão

A depressão afecta já cerca de 25 por cento dos portugueses, uma doença com tendência a aumentar, embora passe muitas vezes desapercebida. O alerta é do presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), Adriano Vaz Serra, que falou esta quarta-feira aos jornalistas, durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental.

A depressão uma doença mental "recorrente e incapacitante", afectando desta forma a vida pessoal, familiar e profissional dos doentes. Vaz Serra advertiu ainda que "é provável que a depressão venha a ultrapassar a gripe no século XXI", pois apesar de ser actualmente melhor reconhecida, esta doença mental é recorrente e, como a longevidade é cada vez é maior, tem tendência a aumentar.

Na opinião do presidente da SPPSM, uma doença psíquica não é localizada, pois é um transtorno do próprio cérebro que impede o funcionamento normal das pessoas, devendo caber aos responsáveis pelos cuidados primários de saúde detectá-las. Deste modo, "os clínicos gerais são os psiquiatras de vanguarda", pois "um doente [mental] não se queixa do que tem mas do que pensa ter".

"A identificação de uma doença mental, em especial da depressão, deve ser feita por um clínico, embora haja muitas depressões que passam desapercebidas, acabando a pessoa por não receber qualquer tipo de tratamento", salientou Vaz Serra.

Deste modo, o presidente da SPPSM defende que é "essencial manter um Serviço Nacional de Saúde adequado" que permita o tratamento a todas as pessoas que sofrem de uma doença mental. Contudo, em sua opinião, o SNS "falha muito" porque a identificação das situações é, muitas vezes, tardia e os tratamentos são "feitos de forma muito lenta".

“Os transtornos mentais são uma das causas mais proeminentes no suicídio”, lembra Vaz Serra, adiantando ainda que "cerca de 800 mil pessoas por ano, no Mundo, suicidam-se”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

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