quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tromboembolismo Venoso mata mais que sida

TEV mata cerca de 543 mil pessoas por ano, na Europa; ENDORSE é hoje apresentado em Viana do Castelo

O Tromboembolismo Venoso (TEV) mata mais do que a sida, o cancro da próstata e os acidentes de carro. A conclusão saiu de um estudo denominado ENDORSE e que é hoje (sexta-feira) apresentado durante as III Jornadas de Actualização em Doença Vascular Pulmonar, que decorrem em Viana do Castelo.

O TEV é um fenómeno que ocorre com a formação de coágulos – trombos – que quando atingem uma certa dimensão, soltam-se da parede das veias e migram até ao coração e depois até aos pulmões provocando as embolias pulmonares e morte súbita.

Na Europa, por ano, morrem vítimas de TEV cerca de 543 mil pessoas. O estudo envolveu 68.183 doentes em 358 hospitais de 32 países, dos quais 1.787 doentes e nove hospitais em Portugal.

"Verificamos que por VIH/Sida morrem, anualmente, na Europa 5.860 doentes, com cancro da mama 86.831, com cancro da próstata 63.000, e por acidentes rodoviários 53.500", antecipou à Agência Lusa, Ana França,
coordenadora nacional do estudo, frisando que somados todos estes parâmetros (totaliza-se 210 mil mortos) “menos de metade das pessoas que morrem por TEV na Europa."

Revelando que, até ao momento, não havia, a nível europeu, “uma consciência tão concreta do que isto representa”, Ana França confessou que o cenário “deixa-nos completamente aterrados.”

Segundo anunciou a responsável, em Portugal, a investigação apurou que um por cento dos doentes hospitalizados são internados em consequência de Tromboembolismo Venoso. “Mais de metade dos doentes hospitalizados está em risco de TEV, mas as medidas de prevenção são aplicadas em apenas cerca de 58 por cento do universo de risco”, desvendou.

De acordo com Ana França, o objectivo do estudo foi “determinar quantos indivíduos estão em risco e recebem tratamento preventivo e alertar para a necessidade urgente de prevenção em doentes hospitalizados”, acrescentando que a embolia pulmonar (consequência grave do TEV) é responsável por “cerca de 10 por cento das mortes ocorridas em hospitais.”

Considerando “preocupante” a posição de Portugal “porque há ainda 40 por cento que precisamos de ter atenção”, a coordenadora sublinhou que, no contexto europeu, “não somos dos países que tem maior risco."

Vitamina E reduz risco

Recentemente, um estudo publicado na revista «Circulation», da American Heart Association, associou os suplementos de vitamina E com a prevenção e redução do risco da formação de coágulos sanguíneos em mulheres.

"Os dados indicam que, em geral, as mulheres que tomam vitamina E têm um risco 21% menor de desenvolver coágulos sanguíneos", refere o relatório.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa

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