quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Relatório prevê modificações no sector das terapias anti-HIV

GlaxoSmithKline deverá perder liderança da quota de mercado

O sector dos fármacos anti-HIV, actualmente avaliado em 8,1 mil milhões de euros, vai sofrer transformações significativas ao longo dos próximos nove anos, à medida que forem expirando as patentes de vários medicamentos chave, indica um relatório elaborado pela “Report Buyer”, uma empresa britânica de pesquisas de mercado. Na origem destas alterações deverá estar o lançamento de novas substâncias que vão revolucionar o tratamento da doença.

A GlaxoSmithKline, detentora de grande parte da quota de mercado no sector do HIV, deverá ressentir-se ao ver o seu portfolio de medicamentos anti-HIV perder a protecção das patentes, referem os autores do estudo. A empresa retém a maior porção de mercado de fármacos para o tratamento do HIV desde o lançamento, em 1997, do Retrovir (Zidovudina). Porém, em 2006, notou-se já alguma tendência de modificação no mercado, uma vez que 30 por cento do total de vendas de anti-retrovirais reverteram para a farmacêutica britânica, o que já representa uma ligeira quebra face ao ano anterior em que as vendas atingiram os 33 pontos percentuais.

Oito dos principais fármacos nesta categoria pertencem à GlaxoSmithKline, refere o relatório, no entanto, cinco deverão perder a protecção da patente em 2014. Para além disso, a maioria dos produtos são relativamente antigos. Tendo em conta estes factores, os autores do estudo prevêem que a quota de mercado da GSK possa sofrer uma quebra brusca, a não ser que o laboratório descubra novos produtos de sucesso.

O sector, no seu todo, está preparado para se expandir, dizem os analistas, e que há outras empresas decididas a angariar quota de mercado. O lançamento de novos produtos irá alterar a administração terapia anti-retroviral altamente activa, ou HAART, quer no estado inicial ou avançado. Estas inovações irão simplificar as linhas de tratamento inicial e proporcionar calendários de dosagem mais convenientes, reduzindo o elevado número de comprimidos de que dependem os pacientes e melhorando a qualidade de vida dos mesmos.

Por sua vez, a Gilead e a Bristol-Myers Squibb, que actualmente ocupam a segunda e terceira posições no que diz respeito às quotas de mercado de terapias anti-HIV, deverão enfrentar um futuro promissor. As duas empresas colaboraram na primeira combinação de doses entre fármacos de diferentes classes, o Atripla, que resulta da associação entre o Sustiva (Efavirenz), o Viread (Tenofovir) e a Emtriva (Emtricitabina). O fármaco combina três componentes da terapia HAART – dois inibidores não competitivos da transcriptase reversa e um inibidor da transcriptase reversa não nucleósido – em apenas um comprimido de toma diária única.

No primeiro ano de vendas nos Estados Unidos da América, o Atripla rendeu 122 milhões de euros. As previsões dos analistas indicam que o medicamento deverá ser lançado na Europa ainda este ano e ocupar a liderança enquanto tratamento de primeira linha, gerando lucros significativos para a Gilead e para a Bristol-Myers Squibb.

Marta Bilro

Fonte: Newswire Today, Infarmed, Farmacia.com.pt.

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