quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Wyeth condenada a pagar indemnização

Tribunal acusa farmacêutica de ocultar riscos do Prempro e Premarin

O júri de um tribunal norte-americano do condado de Washoe deu razão a três mulheres do Nevada que alegavam ter desenvolvido cancro da mama depois terem sido medicadas com Prempro e Premarin, tratamentos de substituição hormonal da farmacêutica Wyeth.

O veredicto refere que o laboratório norte-americano foi negligente, produziu um medicamento defeituoso e ocultou factos sobre a segurança do mesmo. Cada uma das queixosas deverá receber uma indemnização no valor de 5,3 milhões de euros por danos passados. Para além deste montante, duas das mulheres receberam ainda 25,3 milhões de dólares relativos a danos futuros e à terceira foi atribuída uma compensação de 28,2 milhões de dólares.

Jeraldine Scofield, Arlene Rowatt e Pamela Forrester estavam a ser medicadas com Premarin, um tratamento de substituição de estrogénio, e Prempro, uma combinação de estrogénio e acetato de medroxiprogesterona, utilizados como substituição hormonal pós-menopausa, mas foram retiradas do tratamento depois de desenvolverem cancro da mama.

No processo, as queixosas alegaram que a Wyeth produziu e comercializou um produto perigoso, não realizou estudos adequados nem forneceu avisos acerca da relação entre os fármacos e o cancro.

Por sua vez, a defesa argumentou que a Wyeth participou ou financiou um conjunto de estudos para perceber os riscos inerentes à toma dos medicamentos, e informou sobre os mesmos na rotulagem dos produtos. Os advogados da farmacêutica disseram ainda que o tratamento não é perigoso, foi aprovado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos e continua disponível no mercado.

Este não é o único caso judicial a envolver o Prempro e o Premarin. Em Julho a Wyeth conseguiu chegar a acordo, ainda antes do julgamento, num processo em que os medicamentos eram apontados como responsáveis pelo desenvolvimento de cancro da mama numa paciente que se submeteu ao tratamento hormonal. Até ao momento, a farmacêutica saiu vencedora na maioria dos processos, no entanto, continuam por resolver cerca de quatro mil queixas.

Marta Bilro

Fonte: Reno Gazette Journal, KoloTV.com.

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