quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Doenças reumáticas afectam mais de 25% dos portugueses

Mais de um quarto da população portuguesa sofre de algum tipo de problema reumático, sendo que as mulheres são significativamente mais afectadas do que os homens. Os dados foram divulgados pela Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e mostram também que entre as doenças mais frequentes estão a osteoartrose, doenças de coluna, osteoporose, fibromialgia, artrite reumatóide ou tendinites.

Estes cálculos englobam todos aqueles que tenham uma queixa do foro reumático, como uma dor articular, que obrigue a consultas médicas, e não apenas as pessoas que necessitam de ser seguidas pelo especialista.

Actualmente, 2,7 milhões de portugueses sofrem de algum tipo de queixas reumáticas, que atingem 1,7 mil mulheres e 970 mil homens. Para estes doentes, as mais simples tarefas do dia-a-dia, como sair da cama, vestir-se ou usar o computador, representam um “verdadeiro desafio”. Os números foram divulgados a propósito do Dia Internacional das Doenças Reumáticas, que se assinala esta sexta-feira.

Conforme referiu Jorge Branco, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, a prevalência da doença entre as mulheres é comum na globalidade dos países, porém as causas para este facto não estão ainda esclarecidas. Os factores de origem genética, hormonal e ambiental são apontados como algumas das causas prováveis para a doença.

Sendo as mais frequentes na raça humana, as doenças reumáticas vão, provavelmente, manter essa posição no futuro, referem os especialistas, uma vez que a população mundial não pára de crescer e, sobretudo, de envelhecer. Por poderem decorrer muitos anos sem sintomas, estas doenças são muitas vezes ignoradas por quem as sofre.

Para além disso, os novos medicamentos para as doenças reumáticas, que são “mais caros, mas também muito mais eficazes”, não estão a chegar a todos os doentes que deles precisam, refere o responsável. “Ainda há pouca prescrição destes novos fármacos”, sintetizou.

As conclusões de um inquérito europeu realizado este ano a doentes reumáticos revelaram que 92 por cento destes pacientes têm dificuldade em subir escadas no trabalho, 75 por cento têm problemas em subir para comboios, para 78 por cento vestir-se é um desafio e 72 por cento têm dificuldades em abrir torneiras.

É, por isso, lamentável que, em Portugal, os doentes reumáticos sejam tratados como “os parentes pobres das patologias”, afirmou Jorge Branco, fazendo um apelo à necessidade de respeitar estas doenças, tanto ao nível das autoridades de saúde como ao nível da população em geral.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas.

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