quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Esclerose Múltipla: Cientistas conseguiram reparar lesões neurológicas

Uma equipa de investigadores norte-americanos conseguiu reparar os danos neurológicos causados pela debilitação da esclerose múltipla em ratos. Os resultados, divulgados durante um encontro da “American Neurological Association”, levam os investigadores a acreditar na possibilidade de serem descobertos novos tratamentos para a doença.

A esclerose múltipla é uma doença caracterizada por zonas isoladas de desmielinização e degeneração do sistema nervoso central que interfere com a capacidade em controlar funções como a visão, a locomoção, e o equilíbrio. A doença ocorre quando o sistema imunitário do organismo começa a produzir anticorpos contra a sua própria mielina, o que dá origem à inflamação e a lesão da bainha de mielina que cobre os nervos do cérebro e da medula espinal.

Os cientistas da clínica Mayo, no Minnesota, utilizaram um anticorpo humano para reconstruir a mielina em ratos com a forma progressiva da doença e observaram que o anticorpo se agregou à mielina e à superfície das células do cérebro e da medula espinal, desencadeando um processo de reparação, denominado remielinação.

Os testes realizados pelos investigadores demonstraram também que o anticorpo funcionou mesmo quando associado ao tratamento com esteróides, habitualmente administrado aos pacientes que sofrem desta patologia. Esta é uma observação importante uma vez que os primeiros doentes com esclerose múltipla a receberem a terapia de anticorpos terão que ser primeiro tratados com metilprednisolona, uma substância corticosteróide

“O conceito de utilizar anticorpos humanos para tratar doenças deste tipo ainda não foi testado em seres humanos, mas estas descobertas são muito promissoras”, afirmou Moses Rodriguez, neurologista e um dos autores do estudo. Apesar de se encontrarem ainda em fase inicial, as investigações poderão conduzir “a novos tratamentos que podem limitar as deficiências permanentes" causadas pela esclerose múltipla, salientou Arthur Warrington, membro da equipa de investigação.

Os dados da Associação Nacional de Esclerose Múltipla indicam que a doença afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos. Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 5000.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, BBC Brasil, Manual Merck, Associação Nacional de Esclerose Múltipla.

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