terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cancro da mama: 40% das mulheres ignoram rastreio

Numa altura em que se detectam 11 novos casos de cancro da mama por dia, as estatísticas indicam de entre as mulheres convocadas para um rastreio do cancro da mama pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), 40 por cento não realizam o exame.

Mesmo sabendo que o diagnóstico precoce contribui para a redução da mortalidade, apenas 62,8 por cento das mulheres que recebem a convocatória fazem o rastreio, o que coloca Portugal ao nível da média europeia, avançou Vítor Rodrigues, coordenador nacional do Programa de Rastreio da LPCC. “Estamos infelizmente ao nível da média, e digo infelizmente porque a média é relativamente baixa”, afirmou o responsável em declarações à agência Lusa.

Ainda assim os números já são significativos, uma vez que, de acordo com os estudos europeus, uma taxa de participação nos rastreios de 60 por cento reduz a mortalidade em cerca de um terço.

Não se conhecem os motivos que levam à ausência de duas em cada cinco mulheres nos exames de rastreio, porém, a Liga adianta algumas hipóteses, como o facto de algumas mulheres já terem feito mamografias num médico particular, já se encontrarem em tratamento oncológico ou simplesmente não estarem interessadas em fazê-lo.

Numa tentativa de melhorar a qualidade do exame e de estar ao nível dos padrões publicados pela União Europeia, a LPCC investiu 4 milhões de euros para substituir a tecnologia mamográfica analógica pela digital.

A mamografia passa assim a ser visualizada directamente através do computador, permitindo pôr fim às películas habitualmente utilizadas e armazenar os exames em disco rígido. A principal vantagem do método digital reside no facto de permitir reduzir o número de mulheres que são chamadas a uma consulta clínica. Isto porque o radiologista passa a ter a capacidade de manipular a imagem no computador, diminuindo os casos em que surge uma dúvida e a mulher é chamada ao médico ou a repetir o exame.

O novo sistema vai também possibilitar o aumento do número de mamografias realizadas diariamente, porque a tecnologia digital faz com que o exame seja mais rápido.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Diário Digital, Portugal Diário, Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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