terça-feira, 23 de outubro de 2007

Monóxido de carbono pode ter aplicações terapêuticas

Cientistas britânicos acreditam que pequenas doses de CO injectáveis ou soluvéis em água são benéficas para tratar doentes transplantados ou casos de artrite reumatóide e hipertensão pulmonar

Investigadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveram um método - com base na administração de pequenas doses de monóxido de carbono (CO) no organismo - que pode ajudar na recuperação de doentes sujeitos a cirurgias de transplantes de órgãos.

Pode parecer surpreendente porque o CO é reconhecido como um gás letal se administrado em volumes elevados. No entanto, os cientistas garantem que, “pequenas doses de CO são benéficas” e podem provocar “uma ampla gama de efeitos biológicos que podem ser usados em muitas aplicações terapêuticas”, concretizando que “ajuda a dilatar vasos sanguíneos e diminuir inflamações.”

Brian Mann, autor do estudo, explicou que “o sistema consiste em injectar no organismo ou tomar moléculas solúveis em água que liberam CO” (CORM, na sigla em inglês). Ao dissolverem-se – acrescentou - “podem ser produzidas de forma líquida, permitindo que elas se incorporem rapidamente na corrente sanguínea.”

Reforçando que podem também ser administradas através de injecções, o cientista asseverou que ambas as formas “são muito mais seguras” do que a maneira convencional (inalação do monóxido de carbono) que traria um risco elevado para doentes e médicos expostos ao gás.

Minimizar risco de rejeição

Segundo esclareceu Brian Mann, as moléculas podem ser "programadas para se concentrarem num lugar específico do corpo”, sublinhando que, no caso de doentes em recuperação de transplantes, “o órgão doado poderia ser tratado para minimizar o risco de rejeição.”

A equipa britânica acredita que este método inovador poderá ainda ser aplicado na cura de doenças inflamatórias, como a artrite reumatóide e a hipertensão pulmonar.

De acordo com os investigadores, o tratamento - que utilizará CO por meio de moléculas capazes de transportar o gás – “poderá começar a ser aplicado em 2010.”

Raquel Pacheco
Fonte: BBC

2 comentários:

ptcp disse...

Bom artigo Raquel, o tema que foca é bastante importante.

Em Portugal também se desenvolve o mesmo tipo de aplicações do CO em empresas como a Alfama.

O artigo ganharia outra dimensão se, através do caso britânico que refere, focasse o que em Portugal se faz de melhor na área da biotecnologia.
Nesta página
http://www.alfama.com.pt/gca/index.php?id=32
encontrará toda a informação que precisa para explorar o tema no âmbito nacional.

Vamos deixar este artigo suspenso até nova proposta sua. Se preferir podemos separar o tema em dois, o actual e um novo acerca do caso português mas deixo a melhor forma de abordar o assunto ao seu critério.

Fico à espera da sua opinião.

Bom trabalho.

RP disse...

Agradeço a apreciação e a informação adicional.

Proponho que se separem os temas.
Julgo que seria preferível fazer um artigo exclusivo do caso português, até porque, assim, o que está feito não perde em actualidade, comparativamente, aos outros meios de informação que já ventilaram o assunto.

Irei tratar de explorar o tema com a maior celeridade possível.