terça-feira, 5 de junho de 2007

Acesso a novos fármacos na Europa

Para criar sistemas de saúde do século XXI
Doentes europeus precisam aceder facilmente a novos fármacos

O novo presidente da Assembleia-Geral da Federação Europeia de Associações Farmacêuticas, defendeu hoje a necessidade de garantir que os doentes europeus têm acesso rápido aos novos medicamentos. Arthur J. Higgins, que lidera também o Conselho de Administração da Bayer HealthCare, expôs a sua visão de futuro do sector no recente encontro anual da EFPIA.

Higgings, que sucede naquele cargo a Franz B. Humer, presidente da Hoffmann – La Roche, que a partir assume a vice-presidência da federação, recebeu do seu antecessor uma mensagem de confiança, quando Humer considerou que “o seu profundo conhecimento da indústria farmacêutica e a sua experiência no que toca ao posicionamento estratégico do sector ajudarão a consolidar a voz da EFPIA no cenário político europeu”. Durante o encontro anual da EFPIA, que entre os dias 30 de Maio e 1 de Junho reuniu em Bruxelas cerca de 350 novos altos responsáveis do sector farmacêutico na Europa e representantes das administrações europeias e nacionais de associações de doentes, profissionais e jornalistas, Higgins disse que, no seu mandato à frente da federação deseja “pôr a ênfase na implementação e no desenvolvimento de sistemas sanitários modernos e sustentáveis na Europa, para que os doentes tenham garantido o acesso rápido e igualitário aos medicamentos mais inovadores e seguros”.
O novo presidente da EFPIA pretende pôr em marcha “um novo modelo de sistema de saúde que apoie a inovação e permita aos cidadãos informados tomar decisões sobre a sua saúde, enquanto assegura os mais altos padrões de qualidade e de segurança na cadeia de distribuição dos fármacos”. Para isso, considerou, deverá ser essencial “trabalhar conjuntamente com os principais grupos de interesse no sector, a fim de fomentar o entendimento e a confiança mútua”, já que, de acordo com Higgins, “só uma renovada confiança pública no sector farmacêutico tornará possível fazer frente aos muitos desafios da indústria, e assegurar as condições necessárias para que ele prospere”. Enquanto se mantiver à frente da federação, o novo responsável orientará os esforços da EFPIA em torno de quatro pilares: o acesso aos medicamentos, a inovação, a mobilização e a segurança.
Dados entretanto divulgados pela federação atestam que a Europa pode ter muito a ganhar, em termos económicos e de saúde, com o fortalecimento e competitividade acrescida da investigação farmacológica com sede no continente, um dos sectores de liderança na indústria de alta tecnologia, que no ano passado representava 640 mil postos de trabalho em todo o espaço europeu, e movimentava largos milhões de euros, denotando um enorme crescimento do sector nos últimos anos. Contudo, desde o início da época de 90 do século passado que a indústria e a investigação farmacêutica europeias têm vindo a perder competitividade, nomeadamente no que toca à comparação com os Estados Unidos, onde o investimento naquele sector aumentou cinco vezes desde 1990 (na Europa cresceu apenas 2,9 vezes). Em 2006 a América do Norte representava 47 por cento das vendas mundiais no sector da Farmácia, enquanto a Europa assegurava apenas 29,9 por cento daquele indicador.

Carla Teixeira
Fontes: PM Farma e EFPIA

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