quinta-feira, 21 de junho de 2007

DMI: Espreitar pela sombra do mundo

A degeneração macular relacionada com a idade (DMI) é uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos. Relaciona-se com frequência ao envelhecimento e resulta de um crescimento anormal dos vasos sanguíneos sob a retina, especificamente sob o tecido coróide. À medida que progride, deixa apenas a visão periférica que mostra uma realidade desfocada.

A doença atinge a mácula do olho e ao longo do tempo conduz a uma perda progressiva da acuidade visual. Segundo explicou Ian Murray, investigador da Faculdade de Ciências da Vida, da Universidade de Manchester, “a mácula é uma pequena área da retina responsável pela observação ao detalhe e coloração no campo central da nossa visão”.

Embora não sejam conhecidas as causas desta doença, sabe-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo são afectadas. Em Portugal, estima-se que cerca de 45 mil pessoas entre os 50 e os 59 anos tenham DMI. Este número sobe para perto de 100 mil afectados entre os 60 e os 69 anos e para quase 300 mil acima dos 70 anos. Há alguns factores que os cientistas acreditam estar relacionados com o aparecimento desta patologia, para além da carga hereditária e da idade, destacam-se a má dieta, a obesidade e o consumo de tabaco.

“Trata-se da principal causa de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 50 anos, no ocidente”, alertou Renato Braz do Instituto de Olhos e Microcirurgia de Brasília. «O doente deixará de poder efectuar tarefas do dia-a-dia, como escrever, ler, marcar os números de telefone, contar moedas, ver televisão, conduzir, fazer a sua assinatura ou distinguir os comprimidos que deve tomar», adverte o oftalmologista Paulo Rosa do Instutito Oftalmológico Gama Pinto.

A DMI é desencadeada por lesões que surgem entre a retina (camada do olho altamente sensível aos raios luminosos) e a coróide (camada rica em vasos sanguíneos e células pigmentares que funcionando como a câmara escura de uma máquina fotográfica). Como consequência, surgem drusas (pequenos depósitos lipídicos redondos e de cor branco-amarelada), que provocam a morte das células fotorreceptoras, responsáveis pela captação dos estímulos luminosos e pela comunicação com o cérebro para se dar o processo da visão.

Entre os sintomas característicos desta patologia estão a visão embaraçada, a distorção da imagem ou uma mancha preta na visão central. Enquanto não há cura, o melhor caminho é a detecção precoce. "A visita anual ao oftalmologista é a única forma de se verificar, em estágio inicial, possíveis alterações que venham a comprometer a visão e, consequentemente, a qualidade de vida. Pacientes que possuam histórico familiar de DMI devem redobrar a atenção”, sublinhou Renato Braz. É também importante evitar os cigarros, manter-se dentro do peso considerado saudável, controlar a tensão arterial e utilizar óculos escuros com filtro ultra violeta.

Marta Bilro

Fonte: SEGS, Saúde Sapo, Associação Portuguesa de Dietistas, Saúde na Internet.

1 comentário:

Rui Borges disse...

Excelente, mas podia ter ficado pelos 5 parágrafos...