As conclusões da investigação publicadas no “New England Journal of Medicine” revelam-se bastante importantes “não para a prevenção ou tratamento [das doenças cardíacas] e sim para atenuar os receios das pessoas que estão a realizar um tratamento de substituição hormonal e correm risco de desenvolver essas doenças”, afirmou Suzanne Steinbaum, responsável pelo departamento de doenças cardiovasculares no Hospital Lenox Hill, em Nova Iorque.
“O efeito do estrogéneo, em qualquer dos factores de risco capazes de provocar um ataque cardíaco, não prevê de forma adequada o risco de realmente ter um ataque”, afirmou Marcia Stefanick, professora de medicina no “Stanford Prevention Research Centre”. Segundo explicou esta especialista, o que este estudo oferece às mulheres em idade de menopausa são algumas garantias de que não é inseguro, em termos de risco de ataque cardíaco, tomar estrogéneo, pelo menos durante alguns anos.
Os cientistas levaram a cabo uma investigação na qual participaram 1.064 mulheres entre os 50 e os 59 anos de idade, que tinham sido submetidas a uma histerectomia, escolhidas aleatoriamente para receber o tratamento com estrogéneo e um placebo. A análise demonstrou que as mulheres às quais foi administrado o estrogéneo tinham 30 a 40 por cento menos probabilidades de desenvolver calcificação nas artérias coronárias do que as que ingeriram o placebo. Da mesma forma, nas mulheres que tiveram uma adesão à medicação de pelo menos 80 por cento, registou-se uma diminuição do risco de cálcio coronário de 60 por cento.
“Ficou provado que as mulheres que tomaram [estrogéneo] comportam uma menor incidência de doença cardíaca”, afirmou Steinbaum, acrescentando que “talvez a determinada altura do processo possamos vir a afirmar que é benéfico para a prevenção [das doenças do coração], mas actualmente não se pode dizer isso. Não tomem hormonas como forma de prevenção”, advertiu.
Marta Bilro
Fonte: Time, IOL, Forbes, Último Segundo, Sociedade Portuguesa de Menopausa.
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