quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estrogéneo reduz riscos cardíacos em mulheres na pós-menopausa

O estrogéneo pode reduzir o risco de doenças cardíacas entre a população feminina que se encontra na pós-menopausa, no entanto poderá aumentar o risco de coágulos sanguíneos e ataque cardíaco, revelou um estudo da Universidade de Stanford, na Califórnia.

As mulheres na casa dos 50 anos que foram submetidas a uma cirurgia de remoção do útero e utilizaram uma terapia com estrogéneo para aliviar os sintomas da menopausa apresentam níveis reduzidos de calcificação nas artérias coronárias, um dos principais factores responsáveis pelos ataques cardíacos. De acordo com os especialistas, os resultados do estudo não pretendem instigar a ingestão de suplementos de estrogéneo como prevenção para as doenças cardíacas, mas antes transmitir confiança às mulheres que os utilizam para aliviar os sintomas da menopausa.

As conclusões da investigação publicadas no “New England Journal of Medicine” revelam-se bastante importantes “não para a prevenção ou tratamento [das doenças cardíacas] e sim para atenuar os receios das pessoas que estão a realizar um tratamento de substituição hormonal e correm risco de desenvolver essas doenças”, afirmou Suzanne Steinbaum, responsável pelo departamento de doenças cardiovasculares no Hospital Lenox Hill, em Nova Iorque.

“O efeito do estrogéneo, em qualquer dos factores de risco capazes de provocar um ataque cardíaco, não prevê de forma adequada o risco de realmente ter um ataque”, afirmou Marcia Stefanick, professora de medicina no “Stanford Prevention Research Centre”. Segundo explicou esta especialista, o que este estudo oferece às mulheres em idade de menopausa são algumas garantias de que não é inseguro, em termos de risco de ataque cardíaco, tomar estrogéneo, pelo menos durante alguns anos.

Os cientistas levaram a cabo uma investigação na qual participaram 1.064 mulheres entre os 50 e os 59 anos de idade, que tinham sido submetidas a uma histerectomia, escolhidas aleatoriamente para receber o tratamento com estrogéneo e um placebo. A análise demonstrou que as mulheres às quais foi administrado o estrogéneo tinham 30 a 40 por cento menos probabilidades de desenvolver calcificação nas artérias coronárias do que as que ingeriram o placebo. Da mesma forma, nas mulheres que tiveram uma adesão à medicação de pelo menos 80 por cento, registou-se uma diminuição do risco de cálcio coronário de 60 por cento.

“Ficou provado que as mulheres que tomaram [estrogéneo] comportam uma menor incidência de doença cardíaca”, afirmou Steinbaum, acrescentando que “talvez a determinada altura do processo possamos vir a afirmar que é benéfico para a prevenção [das doenças do coração], mas actualmente não se pode dizer isso. Não tomem hormonas como forma de prevenção”, advertiu.

Marta Bilro

Fonte: Time, IOL, Forbes, Último Segundo, Sociedade Portuguesa de Menopausa.

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