sexta-feira, 20 de julho de 2007

Cadeiras de bebé aumentam risco de síndrome de morte súbita do lactente

Os recém-nascidos transportados sentados em bancos de automóveis ou em cadeiras de transportes e retenção de crianças correm um risco mais elevado de sofrer de Síndroma de Morte Súbita do Lactente (SMSL), revela um novo estudo.

A investigação, que analisou 508 bebés com idade inferior a 1 ano, observou que 17 mortes ocorreram quando as crianças se encontravam “sentados em determinados aparelhos”, 10 das quais permaneceram por explicar, refere Aurore Côté, do Centro de Saúde da Universidade McGill, e orientadora do estudo publicado pelo “Archives of Disease in Childhood”.

Porém a análise aponta para um risco acrescido em todos os bebés que se encontram no primeiro mês de vida, quer sejam ou não prematuros, sempre que estão sentados em cadeiras de transporte para automóveis ou cadeiras de bebé. “A mensagem transmitida aos pais deve ser: não deixem que um bebé com menos de um mês de idade passe muito tempo sentado num carro ou num assento para bebés”, salientou a especialista.

Keith Tanswell, director do departamento de neurologia do Hospital de Crianças Toronto considera interessantes as conclusões do estudo, que “sugere que não é ideal transportar um bebé no assento de um carro sem colocar a cabeça em posição neutral”. No entanto, a dimensão da pesquisa é reduzida, considera o responsável, sublinhando que transportar os bebés sem a cadeira apropriada comporta riscos de ferimentos bem mais acrescidos. Os autores têm consciência que a investigação tem um alcance limitado por não haver um grupo de controlo com bebés vivos e saudáveis, mas destacaram que as crianças que cuja causa de morte conseguiu ser determinada funcionaram como um grupo de controlo nominal.

A SMSL é o nome atribuído à morte súbita e inesperada de um bebé, sem explicação da causa, mesmo após investigação apropriada. Nos países ocidentais constitui uma das causas mais frequentes de morte no primeiro ano de vida. O fenómeno existe também em Portugal mas desconhece-se ainda a sua verdadeira extensão. Embora não se conheça a causa desta síndroma, sabe-se que o risco aumenta se os bebés dormirem de bruços ou se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto.

Marta Bilro

Fonte: Med Page Today, The Star, Sociedade Portuguesa de Pediatria.

Sem comentários: