sexta-feira, 20 de julho de 2007

EMEA: Acomplia é contra-indicado em pacientes com depressão

O Acomplia (rimonabant), medicamento comercializado pela Sanofi-Aventis e destinado à perda de peso, deve ser tomado com precaução. Um parecer emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) refere que o fármaco é contra-indicado em pacientes que estão a ser tratados com antidepressivos ou que sofram de uma depressão clínica.

De acordo com Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA (CHMP), a substância deve ser acompanhada de um alerta que esclareça os doentes acerca dos efeitos secundários inerentes à toma, entre os quais se destacam os pensamentos suicidas. Ainda assim, a EMEA decidiu não suspender a comercialização do medicamento por considerar que os benefícios superam os riscos, excepto em pacientes com depressões ou que tomem anti-depressivos.

O medicamento é indicado como adjuvante na dieta e no exercício físico para o tratamento de doentes obesos ou com excesso de peso e com factores de risco associados, tais como diabetes tipo 2 ou a dislipidemia. Em Junho, Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration – FDA) recusou a aprovação do medicamento no mercado daquele país baseando-se num estudo que, apesar de confirmar a eficácia do tratamento na diminuição de peso, referia que os pacientes a quem foi administrado o fármaco relataram, com frequência, a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas e perturbações psicológicas.

O Acomplia está à venda na Europa desde Junho de 2006, porém, a EMEA salienta que os médicos estão apreensivos relativamente aos riscos de utilização do medicamento desde que este foi disponibilizado no mercado. Os reguladores europeus recomendam agora que as contra-indicações do fármaco sejam actualizadas. “Se começar a sentir sintomas de depressão enquanto toma o Acomplia, ou se está a ser tratado com antidepressivos, consulte o seu médico”, refere a EMEA, sublinhando que tem registo de 364 reacções psiquiátricas, 16 das quais incluíam pensamentos suicidas, enquanto 48 eram referentes a sinais de depressão.

O laboratório francês afirmou que os avisos que acompanham o Acomplia já foram actualizados de forma a “incluírem informação acerca das perturbações depressivas”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, The Earth Times.

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