segunda-feira, 9 de julho de 2007

Centro de Informação Antiveneno recebeu mais de 27 mil pedidos de ajuda em 2006

O Centro de Informação Antiveneno (CIAV) recebeu no ano passado mais de 27 mil pedidos de ajuda, principalmente por intoxicações acidentais. No entanto, 4262 desses telefonemas foram motivados por intoxicações intencionais com medicamentos.

As tentativas de suicídio envolvem geralmente medicamentos, como os vulgares calmantes, mas também produtos domésticos e industriais, como os detergentes e na sua maioria são praticadas por mulheres entre os 20 e os 39 anos.

No entanto, apesar da gravidade destes casos a grande maioria das chamadas que o CIAV recebe prendem-se com casos acidentais, em que as mães deixam a pílula em cima da mesa-de-cabeceira ao alcance das crianças, ou dos pais que dão o xarope ou o antibiótico aos filhos em "duplicado", por exemplo.

Em 2006 registou-se um ligeira descida de telefonemas em relação ao ano anterior (menos 557), o que na opinião de Fátima Rato, coordenadora do CIAV se deve à diminuição das campanhas de divulgação do número de emergência e do centro antiveneno. A coordenadora considera mesmo “fundamental" o investimento em campanhas de informação, pois a grande maioria dos telefonemas continua a ser de cariz acidental.

A maioria das chamadas feitas para o número de emergência, o 808250143, acontece entre as 18 horas e a uma da madrugada, uma vez que este período "corresponde à hora em que as pessoas chegam a casa e que mexem mais nos produtos", esclareceu Fátima Rato.

"Há dias tivemos uma criança que tinha comido 28 pílulas", contou a médica, lembrando ainda o caso curioso de uma senhora que engoliu um supositório. Apesar de irrisórios estes são casos em que as consequências não são gravosas. No entanto, existem situações muito graves em que as intoxicações podem mesmo ser fatais.

A troca de embalagens de detergentes, por exemplo, é muito frequente, essencialmente “em cafés e restaurantes com os descalcificantes das máquinas. Depois vemos nos jornais que as pessoas ficaram queimadas por causa da água e não é bem assim", alerta a coordenadora do CIAV.

O CIAV recebe por dia uma média de 78 chamadas directas, mas atende também os telefonemas encaminhados pela linha Saúde 24 e dos hospitais que ligam a pedir informações sobre determinados casos de intoxicações.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Sem comentários: