segunda-feira, 9 de julho de 2007

Identificado gene responsável por cancro colorrectal

Uma equipa de cientistas internacionais realizou uma descoberta genética que poderá salvar muitos doentes com cancro colorrectal (cancro do intestino grosso e do recto), uma vez que, aumenta a eficácia dos exames, levando à detecção precoce dos casos de cancro do intestino. Os investigadores identificaram o primeiro gene com defeito comum relacionado a um aumento acrescido de vir a desenvolver a doença.

Depois de analisar mais de 100 mil amostras de material genético de 15 mil pessoas, a equipa de cientistas canadiana identificou uma particularidade específica no cromossoma 8 que está associada ao cancro colorrectal. Por sua vez, investigadores britânicos e norte-americanos detectaram a mesma peculiaridade, no mesmo cromossoma. De acordo com Tom Hudson, presidente do Instituto para Pesquisa de Cancro de Ontário e principal orientador do estudo no Canadá, o facto de uma pessoa possuir essa variação genética aumenta o risco de desenvolver cancro colorrectal em cerca de 20 por cento.

O defeito genético foi previamente relacionado com o cancro da próstata e o cancro da mama, o que poderá significar que este é também responsável por uma grande variedade de cancros comuns, explicou o mesmo especialista. As novas informações genéticas, descobertas através dos estudos das três equipas de especialistas e publicadas no jornal “Nature Genetics”, poderão ajudar a identificar pessoas em risco de contrair a doença e conduzir a novos exames e métodos de prevenção.

“Esta investigação é um passo muito importante em direcção à redução do número de mortes por cancro do intestino”, afirmou Emma Mowat, do “Bowel Cancer”, no Reino Unido. Segundo afirmou a investigadora, “esta descoberta poderá duplicar o número de pessoas que conseguimos identificar como sendo portadoras de um risco acrescido da doença – 10 por cento das pessoas são diagnosticadas em resultado do historial familiar e 10 por cento resultam deste gene”. Já foram identificadas várias variações genéticas capazes de aumentar o risco de cancro, porém, são raras e representam menos de cinco por cento dos casos. A partir de agora deverá ser mais fácil elaborar um exame de acordo com os vários genes diferentes que aumentam o risco de desenvolver cancro do intestino, dando origem a uma prevenção melhorada, a um diagnóstico precoce e a um tratamento mais eficaz.

Nos países ocidentais, o cancro colorrectal “é a segunda causa mais frequente de cancro e a segunda causa de morte por cancro”, refere o Manual Merck. A incidência desta doença começa a aumentar aos 40 anos de idade e chega ao máximo entre os 60 e os 75 anos. O cancro do intestino grosso (cancro do cólon) é mais frequente em mulheres, enquanto o do recto incide mais sobre população masculina. Cerca de 5 por cento das pessoas com cancro do cólon ou do recto têm mais do que um cancro colorrectal ao mesmo tempo.

Marta Bilro

Fonte: The Star, Telegraph.com.uk, Manual Merck.

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