quinta-feira, 19 de julho de 2007

Certolizumab Pegol representa alternativa no tratamento da doença de Crohn

Dois estudos divulgados pelo “New England Journal of Medicine” sugerem que o Certolizumab Pegol pode ser uma ajuda importante para as pessoas que sofrem da doença de Crohn, principalmente para aquelas que não reagem à medicação convencional.

O medicamento desenvolvido pela UBC Pharma, que actua de forma similar aos fármacos já existentes, ainda não se encontra disponível no mercado. Porém, a farmacêutica já submeteu o pedido de Autorização de Introdução no Mercado (AIM) à Agência Europeia do Medicamento (EMEA). Gerald W. Dryden Jr., professor de medicina na Universidade de Louisville, considera que a substância poderá “oferecer mais opções aos pacientes”.

A causa da doença de Crohn é desconhecida, no entanto, as investigações centraram-se em três possibilidades principais: uma disfunção do sistema imunitário, uma infecção e a dieta alimentar. Por norma, os doentes de Crohn são tratados com adalimumab (Humira), infliximab (Remicade) e certolizumab, sendo que, este último é considerado menos destrutivo das células imunitárias do organismo.

No primeiro estudo, realizado por Stefan Schreiber na Universidade Christian Albrechts, na Alemanha, foram administradas 400 mg do medicamento no inicio da análise e uma segunda dose na quarta semana, a 668 pacientes com casos severos a moderados da doença. Posteriormente os doentes que reagiram ao tratamento foram administrados com uma outra dose do fármaco ou com um placebo a cada quarto semanas. Os cientistas observaram que 48 por cento dos pacientes que anteriormente tinham manifestado uma reacção ao medicamento estavam ainda em remissão na 26ª semana quando continuavam a tomar o medicamento. No entanto, apenas 29 por cento dos doentes que inicialmente reagiram ao medicamento mas que depois ingeriram placebos, entraram em remissão.

No outro estudo, conduzido por William Sandborn, da Clinica Mayo, em Rochester, no Minesota, 662 pacientes foram administrados com o medicamento ou com um placebo três vezes num período de quatro semanas e depois uma vez a cada quatro semanas. Os doentes que ingeriram o medicamento demonstraram melhores resultados a curto prazo, porém não houve uma diferença significativa entre os dois grupos na 26ª semana. Apesar dos dois estudos terem produzido resultados diferentes, eles sugerem que o medicamento é uma “terapia eficaz” escreveu James Lewis, professor de medicina e epidemiologia na Universidade da Pensilvânia, num comentário que acompanha a publicação dos estudos. Caso seja aprovado, o fármaco oferece um tratamento alternativo aos dois medicamentos já existentes, acrescentou o mesmo especialista.

A doença de Crohn afecta tipicamente toda a espessura da parede intestinal, é frequente que se manifeste na porção mais baixa do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso, mas pode ocorrer em qualquer segmento do tracto gastrointestinal. Nas últimas décadas, a incidência da doença de Crohn aumentou tanto nos países ocidentais como nos países em vias de desenvolvimento. Ocorre aproximadamente em igual proporção nos dois sexos e quase todos os casos surgem antes dos 30 anos, mas a maioria começa entre os 14 e os 24 anos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Forbes, Manual Merck.

1 comentário:

Rui Borges disse...

Marta,

A notícia é muito boa, mas o artigo demasiado extenso. Torna a leitura pesada o que leva a que muitos leitores desistam de a ler até ao fim.

A Marta deve esforçar-se mais para não ultrapassar os 5 parágrafos.