quinta-feira, 19 de julho de 2007

Marcador-chave no sistema imunitário
Anti-retrovirais podem salvar seropositivos


Os doentes que registem um grau óptimo de adesão aos tratamentos para a sida com fármacos anti-retrovirais podem ver um marcador-chave no sistema imunitário voltar ao normal, se a tripla terapia for prolongada por um período de tempo suficiente.

Um estudo levado a cabo por investigadores europeus e argentinos, publicado na revista médica «The Lancet», dá conta da boa notícia, mas explica que, de acordo com os autores da pesquisa, os seus resultados “só se aplicam aos pacientes que tenham revelado uma reacção óptima à terapia anti-retroviral, pelo que devem ser considerados apenas diante do melhor cenário possível”. O estudo acompanhou 1.835 seropositivos incluídos no abrangente estudo europeu «EuroSida» (em que foram observados 14.262 pacientes). Todos tinham iniciado a triterapia e estavam a reagir bem ao tratamento, com a carga viral a descer abaixo do limite de 50 vírus por mililitro de sangue.
A taxa média de linfócitos CD4 (um tipo de glóbulos brancos com papel fulcral na resposta do sistema imunitário e que servem como marcadores da doença, além de contribuírem para a capacidade de o doente seropositivo evitar o surgimento das chamadas doenças oportunistas) era, no início do tratamento daqueles doentes, de 204 por milímetro cúbico de sangue (a taxa normal é superior a 500). No entanto, a evolução do estudo permitiu aferir uma recuperação muito significativa daquele tipo de células, que prosseguiu de forma duradoura, até à normalidade ou muito perto disso. O maior aumento tem lugar durante o primeiro ano de tratamento, seguindo-se aumentos menores nos anos seguintes. Assim, se a terapia for suficientemente prolongada, os doentes com sida poderão atingir os níveis normais de CD4.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa