quarta-feira, 18 de julho de 2007

Consumo da droga psicoactiva BZP aumenta na Europa

Comissão Europeia pede à presidência portuguesa que tome medidas

A Comissão Europeia está preocupada com o crescente consumo da droga psicoactiva BZP, dai que tenha anunciado ontem em Bruxelas, que pretende solicitar à presidência portuguesa a adopção de medidas de controlo da substância 1-benzilpiperazina (BZP), concorrente do ecstasy no mercado ilegal, bem como a instauração de sanções. A droga, que resulta da mistura de um medicamento contra parasitas intestinais com um outro produto, pode ter consequências graves para a saúde, apesar dos seus efeitos a longo prazo não estarem ainda determinados.

A Comissão Europeia manifestou a sua intenção depois de ter sido divulgada a avaliação do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, que aponta um forte crescimento do consumo de BZP entre as crianças e os adolescentes, alertando ainda que o consumo da substância 1-benzilpiperazina pode causar hipertensão, aceleração das pulsações, convulsões, ansiedade e insónias. A avaliação estará na agenda do próximo Conselho de Ministros da Justiça e Assuntos Internos, em meados de Setembro, onde deverá ser tomada uma posição de combate ao problema.

A principal forma de acesso a esta droga é através da Internet, onde é vendida sob a forma de comprimidos ou cápsulas, como produtos psicoactivos "naturais" ou de "ervanário" e como alternativa legal ao ecstasy, induzindo os consumidores a crer que é uma droga segura.

A publicidade agressiva que normalmente acompanha esta droga tem impulsionado o seu consumo, pois no final do ano passado, o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e a Europol tinham já registado um aumento substancial do número de notificações relativas à BZP. A últimas apreensões tem confirmado o crescimento do consumo, mostrando que existe já um envolvimento da criminalidade organizada no tráfico e distribuição por grosso da BZP.

Em diversos países europeus tem-se recorrido a legislação semelhante à aplicável às outras drogas, para regular o mercado da BZP. Noutros países, como é o caso da Holanda e da Espanha, o controlo é feito ao abrigo da legislação sobre medicamentos.

No inicio do ano a BZP foi incluída na Lista de Substâncias Proibidas do Código Mundial Anti-doping como substância estimulante proibida nas competições.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

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