quarta-feira, 18 de julho de 2007

Indústria Farmacêutica: Inovação não supera gastos com investigação

Depois de decorrido mais de metade do ano em vigor, mantém-se a perspectiva de que os esforços empenhados pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos realmente inovadores não superam a quantidade reduzida de fármacos que foram aprovados este ano nos Estados Unidos da América (EUA), relativamente ao mesmo período do ano anterior. Porém, os custos com a investigação continuam a aumentar.

Até ao momento, a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) concedeu aprovação a apenas sete substâncias que continham um composto activo nunca antes comercializado no mercado norte-americano e, por isso, denominadas como Novas Entidades Moleculares, ou Candidaturas de Licença Biológica. A este número sobrepõem-se os 11 pareceres favoráveis atribuídos pela entidade reguladora em igual período de 2006.

De acordo com o portal BioPharmaReporter.com, durante a última década, tem-se registado um crescimento acentuado nos custos da investigação e desenvolvimento, algo que não se reflecte no número de novas aprovações de medicamentos. Enquanto as farmacêuticas tentam lidar da melhor forma com o problema, o padrão parece permanecer inalterável.

Um relatório recentemente divulgado pelo Departamento de Contabilidade do governo dos EUA revelou que entre 1993 e 2004, os gastos com a investigação e desenvolvimento subiram 147 por cento para os 29 mil milhões de euros. Porém, o número de Candidaturas a Novos Fármacos cresceu apenas 38 por cento, a maioria dos quais referiam-se a alterações de medicamentos já existentes. Já o número de Novas Entidades Moleculares aumentou escassos sete por cento.

Na lista de medicamentos inovadores aprovados, este ano, pela FDA figuram o Vyvanse (lisdexanfetamina) da New River Pharmaceuticals para tratar o défice de atenção causado pela hiperactividade; o Tekturna (aliskiren) desenvolvido pela Novartis em parceria com a Speedel e comercializado na Europa como Resilez, destinado ao tratamento da hipertensão; o Letairis (Ambrisentan), da Gilead, utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar; o Tykerb (lapatinib) da GlaxoSmithKline para o tratamento do cancro da mama HER2 positivo; o antibacteriano Altabax (retapamulina), para o tratamento tópico do impetigo; o Torisel (temsirolimus) da Wyeth para o carcinoma das células renais; e o Soliris (eculizumab), da Alexion Pharmaceuticals, indicado no tratamento de doentes com hemoglobinuria paroxística nocturna (PHN).

O Neupro (rotigotina), da Schwarz Pharma, para o tratamento inicial da doença de Parkinson, é oitavo medicamento a ser aprovado, este ano, pela FDA, no entanto, a substância já tinha recebido luz verde da entidade reguladora europeia em 2006. Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com

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