segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Doenças respiratórias provocam 13% das mortes em Portugal

Apesar de serem quase todas evitáveis, as doenças respiratórias crónicas representam 13 por cento do total de mortes que ocorrem em Portugal anualmente (12.241). Os dados são do Observatório Nacional e surgem a propósito da GARD, uma aliança internacional para combater estas patologias, à qual Portugal se associou este sábado.

A parceria de combate às doenças respiratórias crónicas conta já com a participação de 16 países e o apoio da Organização Mundial de Saúde, com o objectivo de incentivar os estados a avançar com políticas de prevenção e controlo destas patologias, entre as quais se incluem a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica ou a rinite alérgica. À GARD compete também recolher dados sobre o impacto destas doenças na população.

A incidência destes problemas fica ainda mais clara quando se observam os números mundiais, de acordo com os quais há quatro milhões de óbitos por ano, 38 pessoas a morrer a cada cinco minutos. No ano 2030, as doenças respiratórias crónicas serão a quarta doença com maior impacto, logo a seguir ao HIV/sida, à depressão e às doenças coronárias. A prevenção é o segredo que poderá conduzir uma redução drástica nas estatísticas, através da adopção de um estilo de vida saudável.

"Toda a gente está exposta a factores de risco", afirmou Jean Bousquet, um dos fundadores da GARD, citado pelo jornal Diário de Notícias. Entre os principais está o fumo do tabaco. Porém, é necessário diminuir também a exposição ao fumo da combustão de materiais sólidos para cozinhar ou para aquecimento, outro importante factor de risco.

Longe de se definir como uma sociedade ou uma organização, para Jean Bousquet a GARD é antes um programa de saúde pública. O médico Rosado Pinto, director do serviço de Imunoalergologia do Hospital D. Estefânia, assume o comando da GARD Portugal, que reúne 17 associações governamentais, profissionais e de doentes.

A falta de diagnóstico é um dos grandes problemas nestas patologias. De acordo com o médico Mário Almeida, estima-se que em cada uma das doenças apenas 50 por cento dos casos estejam identificados e acompanhados.

Os resultados do ARPA KIDS, um estudo recentemente realizado Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), revelaram que a rinite alérgica afecta 21 por cento das crianças entre os 3 e os 5 anos de idade, sendo que, destas, 10 por cento teve falta de ar mais de quatro vezes no último ano.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Farmacia.com.pt.

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