quarta-feira, 27 de junho de 2007

Abbott e Genentech parceiras no combate ao cancro

O laboratório farmacêutico Abbott e a Genentech, segunda maior empresa mundial de biotecnologia, acordaram numa colaboração com vista ao desenvolvimento e comercialização de duas substâncias anti-cancerígenas da Abbott, o ABT-263 e o ABT-869, cujos testes ainda se encontram em fase preliminar. O objectivo é apressar a entrada dos fármacos no mercado.

A Abbott vai contribuir com um composto que restaura o processo natural de morte das células cancerígenas e de um outro que impede o fornecimento de sangue aos tumores. Por sua vez, a Genentech contribui com a sua experiência no desenvolvimento e comercialização de fármacos, revelaram as empresas num comunicado. A farmacêutica norte-americana não adiantou os detalhes financeiros do acordo. As duas substâncias, ABT-263 e ABT-869, estão actualmente a ser submetidas a ensaios clínicos de Fase I em vários tipos de tumores. Os ensaios de Fase II deverão ter início ainda este ano.

Caso seja aprovado, as empresas irão promover o fármaco em conjunto nos Estados Unidos da América, enquanto a Abbott publicitará o tratamento no exterior. A farmacêutica não possui qualquer medicamento anti-cancerígeno, destacando-se no campo do tratamento para a artrite através do Humira (adalimumab). John Leonard, vice-presidente do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Abbott, referiu que a empresa acredita que esta cooperação ajudará o laboratório a “construir um franchise de oncologia de classe mundial”.

A Genentech, também parceira da farmacêutica suíça Roche, é a maior produtora de medicamentos anti-tumor, cujas vendas ascenderam aos 4 mil milhões de euros no ano passado. Ambas as empresas estão atentas às possibilidades oferecidas por um mercado de fármacos anti-cancerígenos que em 2010 deverá duplicar para os 49 mil milhões de euros, de acordo com previsões da IMS Health Inc., uma empresa norte-americana de estudos de mercado.

Os medicamentos estão a mais de cinco anos de poderem ser submetidos à aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration) para serem utilizados em doentes.

Marta Bilro

Fonte: Firts World, Bloomberg, Business Week, Chicago Tribune.