quarta-feira, 27 de junho de 2007

Dados sobre o Avandia são insuficientes para alterar prescrições

Os especialistas que participaram na reunião anual da Associação Americana da Diabetes (ADA na sigla inglesa) foram aconselhados a aguardar os resultados de uma reunião com as entidades reguladoras norte-americanas, que terá lugar em Julho, antes de decidirem prescrever ou retirar o Avandia (maleato de rosiglitazona) aos seus pacientes.

De acordo com os investigadores, os médicos deverão aguardar a apresentação de novos dados que determinarão se o tratamento com o fármaco comercializado pela GlaxoSmithKline aumenta o risco de ataques cardíacos. Um painel, composto por cinco médicos, incluindo Steven Niessen autor do estudo publicado no “New England Journal of Medicine” que levantou suspeitas acerca do medicamento para a diebetes, debateram as questões que envolvem o Avandia perante quatro mil espectadores.

“Quando vemos dados com esta consistência, acreditamos que realmente se passa alguma coisa”, salientou Niessen. O especialista que não acredita que o fármaco deva ser retirado do mercado norte-americano, mas criticou a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) por não estar mais atenta às primeiras preocupações de segurança e não alertar o público até ser publicada a meta-análise.

Por sua vez, Philip Home, professor de diabetes na Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e membro do comité que dirigiu um dos estudos sobre o Avandia, criticou Niessen por usar estudos pré-existentes e sugeriu que a investigação “não responde à questão, coloca uma questão”. John Buse, próximo presidente da ADA, sugeriu que os médicos fiquem atentos ao painel de conselheiros da FDA que deverá reunir-se no dia 30 de Julho para avaliar a segurança do Avandia.

Murray Stewart, chefe do departamento de desenvolvimento clínico para os medicamentos da diabetes da GSK, afirmou que a discussão dos especialistas foi equilibrada “sem oferecer qualquer dado novo sobre o Avandia”. Segundo o mesmo responsável, para os pacientes que não têm a diabetes sob controlo, o Avandia continua a ser uma opção de tratamento eficiente.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, CNN Money, CNBC.