Mais de 25 por cento dos pacientes hospitalares já foram alvos de erros na medicação, concluiu o estudo publicado no jornal “Health Services Research”. Estas constantes imprecisões podem resultar em consequências graves para a saúde dos pacientes, motivo que está a levar alguns hospitais a aderirem aos sistemas computorizados. Os enganos não se referem apenas à ingestão da substância errada, mas também à toma de doses inadequadas, à hora errada, ou mesmo à ausência total de medicação.
“As prescrições electrónicas poderão desempenhar um papel muito importante na redução de alguns tipos de erros médicos relativos à medicação”, frisou Robert Kane, professor na Escola de Saúde Pública da Universidade do Minnesota, e co-autor do estudo. O especialista considera que esta é uma das áreas onde se poderá provocar um grande impacto com um investimento relativamente modesto. Cada vez que um médico introduz o receituário no sistema computorizado pode aceder aos registos médicos do paciente, identificar potenciais interacções perigosas entre medicamentos e confirmar doses pouco comuns, antes de o enviar para a farmácia.
“Estes lapsos na medicação são muito dolorosos, tanto para os médicos como para os pacientes. Ninguém quer cometer erros”, salientou Tatyana Shamliyan, a principal responsável pela investigação. A equipa de cientistas concluiu também que os hospitais com a maior taxa de erros de medicação, mais de 12 por cento, foram os que mostraram melhorias mais significativas depois de instituírem o sistema de prescrição de receituário electrónico. Ainda assim, embora reduza os erros na medicação a nível geral, o sistema não diminui o tipo de erro principal: a prescrição do fármaco errado.
Os investigadores analisaram 12 estudos norte-americanos que comparavam os erros de medicação em receitas manuscritas por médicos de hospitais com as receitas electrónicas. No final observaram que estas diminuíam em 66 por cento a totalidade de erros de prescrição, diminuíam os erros de dosagem em 43 por cento e reduziam em 37 por cento as ocasiões nas quais os pacientes foram lesados.
Em Portugal, a prescrição de receitas em formato electrónico é uma realidade desde o início de 2007, altura em que passou a englobar toda a rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que abarca 89 hospitais e 360 centros de saúde e respectivas extensões.
Marta Bilro
Fonte: Ivanhoe, Forbes, CTV, iGov.
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