A Intercytex, empresa responsável pelo desenvolvimento do projecto, afirmou que os resultados dos testes preliminares são promissores. Os especialistas revelaram que a pele aparenta agregar-se muito melhor ao tecido real do que quaisquer outros substitutos de pele testados anteriormente. Esta poderá ser uma alternativa viável aos enxertos de pele actualmente utilizados e representar uma esperança de tratamento para as vítimas de queimaduras e ferimentos, tornando-se na primeira terapia baseada em células a ser aprovada pela regulação europeia.
De acordo com a empresa britânica, a inovação, denominada ICX-SKN, é o “primeiro excerto de pele viva a demonstrar total consistência de integração na ferida e persistência”. A ICX-SKN é criada a partir de uma matriz produzida pelas mesmas células de pele responsáveis pela cicatrização dos tecidos do corpo. Os resultados demonstram que a nova pele deu origem a uma ferida cicatrizada e cauterizada após 28 dias.
Para criar a matriz, a Intecytez utilizou uma substância produzida pela Baxter, denominada Tisseel, que resulta de uma combinação entre o fibrinogénio e a trombina, duas proteínas extraídas do organismo humano, misturando-as com fibroblastos humanos vivos retirados de pele recém-nascida. A fórmula líquida é posteriormente vertida num prato, onde a trombina reage com o fibrinogéneo para produzir fibrina, 15 minutos depois forma-se um gel.
Este gel tem um período de incubação de seis semanas e os fibroblastos que estão presos no gel separam a fibrina, ao mesmo tempo que sintetizam a matriz colagénea. No final do período de incubação, a matriz que se formou, com cerca de 1 milímetro de espessura, é removida do prato, embalada e armazenada já pronta para ser utilizada. Os cientistas acreditam que a combinação de fibroblastos humanos vivos, com a matriz humana produzida com fibroblastos “suporta a integração e aceitação da ICX-SKN por parte da pele danificada”.
Marta Bilro
Fonte: BioPharmaReporter.com, Telegraph, BBC News.
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