sexta-feira, 6 de julho de 2007

Medicamentos abortivos: mulheres ainda compram em Espanha

Citotec é vendido no país vizinho sem receita médica e ao preço de 12 euros



Há mulheres portuguesas que ainda recorrem a Espanha para comprar medicamentos abortivos. Esta situação acontece devido à recusa de alguns hospitais em praticar a interrupção voluntária da gravidez (IVG). Outro motivo apontado é o factor preço.


A nova regulamentação da lei da IVG entra em vigor dia 15 de julho, no entanto, o hospital de Matosinhos (Porto) e o São Francisco Xavier ( Lisboa), já informaram que não vão praticar a IVG pelo facto de todos os médicos terem invocado objecção de consciência. Hoje, o Hospital de São Bernardo ( Setúbal) também afimou “discordar da nova legislação.”

Segundo informou uma funcionária daquela unidade de saúde, o hospital discorda “da nova legislação”, regendo-se, por isso, ainda “pela lei antiga.”

A afirmação surgiu numa reacção espoletada com base nas de declarações de várias mulheres à Agência Lusa. As mulheres revelavam ter recorrido ao país vizinho para comprar o Citotec, (fármaco abortivo vendido em Espanha sem receita médica).

O Citotec tem um custo de 12 euros (em Espanha). Argumento, também, usado por uma das mulheres que, confidenciou à mesma fonte (Lusa), ter-se dirigido a uma clínica da região, mas que perante o valor de 475 euros, recuou de imediato: “Com esse dinheiro, dá para ir a Espanha comprar o medicamento e voltar e ainda sobra bastante”, sustentou.

Confrontado com as situações vividas pelas mulheres e denunciadas pelo Movimento Democrático de Mulheres, o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) clarificou somente que o serviço de ginecologia e obstetrícia da estrutura “tem respondido às necessidades da legislação anterior relativa à Interrupção Voluntária da Gravidez ainda em vigor.”


IVG em três hospitais

Até ao momento, os hospitais de Portimão, Garcia de Orta, em Almada, e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, são as únicas unidades de saúde portuguesas a praticar abortos a pedido da mulher.

De acordo com o presidente da Comissão de Saúde Materna, Jorge Branco, estas unidades deverão juntar-se a 12 hospitais da Administração Regional de Saúde do Norte que, a partir de segunda-feira (dia 9), começam a realizar abortos a pedido da mulher até às dez semanas.

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/Fábrica de Conteúdos/Sol

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