segunda-feira, 25 de junho de 2007

60 desfibrilhadores para 385 centros de saúde

Socorro de pacientes com paragem cardíaca comprometido

Existem apenas 60 desfibrilhadores referenciados na rede de cuidados primários portuguesa. Ou seja, apenas um cada seis centros de saúde (das 385 unidades centrais com respectivas extensões), dispõe deste equipamento essencial para reanimar o coração.

De acordo os dados disponibilizados pela Carta de Equipamentos da Saúde (CES), - a que o FARMÁCIA.COM.PT teve acesso - a esmagadora maioria dos centros de saúde do País não tem meios para socorrer uma pessoa com paragem cardíaca.

Segundo os dados da CEP, é a sub-região de Saúde de Faro que está melhor apetrechada, apresentando maior percentagem de centros de saúde dotados de desfibrilhadores: seis distribuídos por 16 centros de saúde.

Já na região de Lisboa e Vale do Tejo, apenas sete dos 89 centros de saúde possuem este tipo de aparelhos. E, nos 44 centros de saúde da Sub-Região de Lisboa, apenas o da Azambuja tem um desfibrilhador.

Vítor Almeida, da Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME), confirmou que “muitos centros de saúde não dispõem do desfibrilhador, sustentando que “depende do investimento de cada sub-região.”

O cenário agudiza-se, considerando o disposto da Direcção Geral de Saúde para as futuras Unidades Básicas de urgência, - que vão substituir os SAP (Serviços de Atendimento Permanente) - que preconiza a obrigatoriedade de um "monitor com desfibrilhador automático".

De referir que, no início do ano, havia 271 SAP, sendo que, o ministro anunciou o encerramento de 56. Assim, o número destes equipamentos está muito abaixo do necessário para equipar os restantes serviços de atendimento urgente nos centros de saúde.

Entretanto, ao Diário de Notícias (DN), Vítor Almeida reforçou a posição da APME: "Todos os médicos deveriam dominar o suporte avançado à vida. E em qualquer sítio, onde são administrados remédios ou terapêuticas, onde acorrem doentes em grande número, deveria ter equipamentos de suporte avançado de vida, como desfibrilhadores.”

Segundo avançou o responsável, um alerta sobre a falta de equipamentos em centros de saúde já foi apresentado na Assembleia da República.

Morte por falta de um desfibrilhador
Recorde-se que, Marta Ferreira, manager do grupo Xutos e Pontapés, morreu no passado dia 7, após uma paragem cardíaca, numa casa de banho do aeroporto de Lisboa. Na Portela funciona permanentemente um gabinete da Cruz Vermelha que se encontra em ligação directa com o INEM, porém, não está equipado com um desfibrilhador. A dúvida se o equipamento lhe poderia ter salvo a vida persistirá para sempre.

Raquel Pacheco
Fonte: CES/APME/TVI
Imagem: DN

1 comentário:

RP disse...

Só agora descobri que esta matéria já foi trabalhada dia 22.